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Assassino de Décio foi solto em Stª Inês por “negligência” da Justiça…

Uma série de negligências – ou seria conivência? – ocorridas na burocracia da Justiça maranhense devolveu às ruas o assassino confesso do jornalista Décio Sá, Jhonatan Sousa e Silva, em março do ano passado.

A negligência fica clara no relatório da juíza que pôs os bandidos em liberdade.

Denys e Jhonatan: soltos para matar de novo

Preso em flagrante por homicídio qualificado em Santa Inês, com o nome de Leandro da Silva Conceição, em setembro de 2010, Jhonatan foi posto em liberdade no dia 21 de março de 2011, por ordem da juíza Larissa Rodrigues Tupinambá Castro, da 2ª Vara daquele município.

Segundo alega a magistrada, o assassino, juntamente com a suposta mandante, Ana Paula da Silva, e o cúmplice Denys Nascimento Alves – também procurado pelo assassinato de Décio – já estava há mais de cinco meses atrás das grades, em São Luís, sem nenhuma manifestação do tribunal, razão pela qual ela decidiu conceder o Habeas Corpus.

 – (…) diante do inegável constrangimento a liberdade de locomoção, concedo a ordem de HABEAS CORPUS de ofício, com apoio no art. 654, § 2°, do CPP e determino que se expeça o conseqüente alvará de soltura (…) – diz o despacho da juíza, nos autos do processo nº  2193-15.2010.8.10.0056.

Segundo conta a juíza, os três bandidos foram presos em São Luís pelo crime de Samta Inês. A denúncia foi recebida em 29 de outubro de 2010.  Para ouvi-los, a Justiça de Santa Inês enviou Carta Precatória a São Luís, recebida e distribuída no dia 7 de dezembro daquele ano. 

 – Contudo [a Carta Precatória], nunca retornou a este Juízo. Instada a se manifestar, por força do mutirão carcerário, a promotora opinou pela manutenção da prisão – afirma a juíza, que decidiu pela liberdade.

De acordo com Larissa Tupinanbá, “foram muitos os ofícios”  para devolução da carta precatória, todos sem resposta.

Em documento encaminhado à magistrada, “a Secretaria atestou que a funcionária da Central de Cartas Precatórias informou não ter localizado a deprecata, entrando em contradição com o consignado no Sistema Themis que registra a distribuição da carta no início de dezembro”.

Mesmo assim a juíza Larissa enviou nova precatória pelo e-mail institucional da Vara.

– Todavia, continuou-se sem resposta – afirmou a juiza, que classificou a atitude de “desídia e negligência do Juízo Deprecante”.

Diante da negligência – ou conivência ? – da Secretaria do Fórum em São Luís, a juíza determinou a soltura dos acusados Leandro Conceição (ou Jhonatan Souza) e Denys Nascimento.

Que, simplesmente, voltaram a matar exatamente um ano depois…

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Oligarcas são os outros…

O secretário de Saúde, Ricardo Murad, voltou a questionar o discurso da oposição, hoje, em sua página na rede de relacionamentos Facebook.

– Em Caxias, Humberto Coutinho vai com o sobrinho; Em Cajapió, Marcelo Tavares, sobrinho de Zé Reinaldo, escalou a mãe; Em Matões, deputado Rubens Júnior tabém vai com mãe… – provoca o secretário, que também é deputado estadual.

O alvo é o ex-deputado Flávio Dino (PCdoB), apontado com líder deste grupo, e cujo discurso se mantém, exatamente, como contraponto ao que ele chama de “oligarquia Sarney”.

– E a bandeira de Flávio é por fim à oligarquia. Me engana que eu gosto! – debocha Ricardo Murad.

Certamente a oposição ficará sem resposta.

Simplesmente por que não as tem…

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Polícia quase apresenta homem errado como envolvido na morte de Décio Sá…

Por pouco, a polícia não apresentou a pessoa errada como envolvido na morte do jornalista Décio Sá, quarta-feira.

Preso no Terminal da Integração do São Cristovão, Airton Martins Monroe seria apresentado como sendo Airton “Neguinho”  um dos parceiros de crime do assassino Jhonatan Souza.

O falso suspeito já estava no carro que transportaria os envolvidos para a sede da Secretaria de Segurança quando os delegados foram informados de que havia um equívoco.

O homem nem chegou a ser apresentado, e a polícia não deu maiores informações, liberando-o no mesmo dia da prisão.

Airton Neguinho, o verdadeiro envolvido, continua foragido.

Segundo a polícia, ele é o responsável por ter feito o contato com Jhonatan, a pedido de Júnior Bolinha.

Além dele, a polícia procura o homem conhecido por Denis Nascimento Alves.

Ele está entre Gleysson Marcena e Jhonatan Souza na primeira foto do  post abaixo, sobre as duas prisões dos pistoleiros.

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Duas prisões; os mesmos criminosos…

Jhonatan, de camisa, e seu parceiro Gleysson (primeiro à esquerda) em foto de 2010

A foto ao lado, de O EstadoMaranhão, é de 2010.

Nela aparecem Jhonatan Sousa e Silva e Gleysson Marcena, presos por envolvimento em assassinatos no município de Santa Inês.

Gleysson Marcena é o primeiro sem camisa, à esquerda.

A foto de baixo, por sua vez, é da prisão do assassino de Décio Sá, na semana passada, em São Luís. Trata-se do mesmo Jhonatan da foto acima.

Auqi, a dupla novamente, após agir em São Luís

A polícia divulgou, primeiro, que ele fora preso por tráfico de drogas, em uma casa no Turu. Depois, revelou-se tratar do executor do jornalista.

E quem está ao seu lado? Exatamente o mesmo Gleysson Marcena, comparsa de crimes.

A coincidência das duas prisões mostra que a dupla é parceira não só no tráfico – como divulgou a polícia – mas também em execuções Brasil a fora.

É curioso que uma dupla como esta, já conhecida da polícia por assassinatos – e com processo tramitando até no Superior Tribunal de Justiça (Leia aqui) – tenha conseguido ficar solto entre uma e outra prisão.

E matando novamente…

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O misterioso caso Valdêmio…

Valdêmio Silva: o que aconteceu com este homem?

Ainda está cercado de mistério o suposto assassinato do quadrilheiro Valdênio José da Silva, anunciada pela polícia um dia antes da operação que resultou na prisão dos assassinos do jornalista Décio Sá.

Ninguém viu o corpo de Valdênio, não houve velório e o enterro não ocorreu em São Luís – pelo menos é o que se sabe na própria comunidade da Vila Pirâmide, onde ele morava.

O suposto assassinato ocorreu por volta das 21 horas de segunda-feira, mas a informação só veio a público na manhã de terça-feira.

Não há registro de perícia no local, não há declarações da família e nem informações de nada que pudesse garantir que o fato realmente aconteceu.

 No IML há apenas o registro da entrada do corpo, mas ninguém informa quando ele foi liberado e para quem.

Valdênio foi preso dois dias depois da morte de Décio. Segundo a polícia, havia indícios de que ele teria participado do crime. Depois, descobriu-se sua participação em diversos outros crimes, no Maranhão e em outros estados.

Mesmo assim, 30 dias depois, ele foi posto em liberdade. Na ocasião, a polícia justificou que não havia provas da ligação dele com a morte do jornalista.

Mas na entrevista coletiva de apresentação dos assassinos de Décio Sá, o próprio Aluísio Mendes afirmou ser ele uma espécie de cobrador do bando – ou seja, tinha ligações com a quadrilha.

Detalhes como estes tornam a suposta morte de Valdênio um mistério.

Que pode ter a ver, inclusive, com a elucidação do caso Décio…

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Luis Fernando: “Prefeituras que usam cheques estão mais vulneráveis”…

Luís Fernando alerta sobre uso de cheques por prefeituras

No bojo da Operação Detonando, que elucidou o assassinato do jornalista e blogueiro Décio Sá, a Polícia Civil apreendeu 37 talões de cheques de Prefeituras, todos assinados e em branco, na casa do agiota José de Alencar Miranda Carvalho, o “Miranda”, de 72 anos.

Segundo os investigadores, todos os talões apreendidos levam as assinaturas de prefeitos maranhenses.

Nos recursos destinados pela União para investimentos na Educação já é proibido a movimentação por meio de cheques.

Um decreto assinado pela presidente Dilma Rousseff, em agosto de 2011, proíbe estados, municípios e Distrito Federal de fazerem pagamentos com cheques, e determina que a movimentação dos recursos seja feita exclusivamente por meio eletrônico, mediante crédito em conta-corrente de fornecedores e prestadores de serviços, para que sejam identificados os favorecidos dos pagamentos efetuados.

Para o chefe da Casa Civil, Luis Fernando Silva, prefeituras que ainda movimentam suas finanças por meio de talonários de cheques, estão mais vulneráveis a situações constrangedoras, mesmo não mantendo qualquer tipo de relação com agiotas.

Segundo Luis Fernando, a movimentação por meios de movimentação eletrônica, permite mais controle e transparência sobre os gastos dos recursos repassados, além de facilitar a análise das prestações de contas.

Nas palestras proferidas por Luis Fernando no ano passado, durante os Seminários Regionais de Lideranças, o secretário recomendou aos prefeitos, que se utilizavam dessa forma de movimentar os recursos públicos – não somente no âmbito da Educação, mas de todos as áreas – a abolirem esse modelo.

Ele citou o exemplo da época em que assumiu a prefeitura de São José de Ribamar, quando uma das suas primeiras medidas foi abolir a tesouraria do município, que efetuava pagamento por meio de cheque e até em espécie.

– Inicialmente algumas pessoas se assustaram com isso, mas logo entenderam a importância de movimentar os recursos públicos, por meio eletrônico, para a contabilidade e para a transparência – lembrou ele durante os seminários.

Com esse mecanismo, facilita ao prefeito na elaboração de sua prestação de contas, além de promover uma gestão transparente e idônea, como acontece em São José de Ribamar.

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Cheques de prefeituras em poder de agiotas podem ter assinaturas falsificadas…

Os 37 talões de cheques apreendidos pela polícia na casa do agiota José Miranda Alencar, 72, serão periciados pelo Instituto de Criminalística.

Há suspeitas de que as supostas assinaturas de prefeitos tenham sido falsificadas pelos próprios bandidos, presos por ter encomendado o assassinato do jornalista Décio Sá.

Este blog teve acesso às informações em um dos cheques.

Trata-se de um documento no valor de R$ 6 mil, cuja prefeitura não foi revelado. A assinatura que consta do documento é falsa, segundo a primeira análise.

Mas a falsificação não isenta os prefeitos de culpa no crime.

O golpe indica que os próprios prefeitos entregam os talões, como pagamento de dívidas com os agiotas, e os próprios criminosos fazem as assinaturas necessárias.

A polícia vai invesigar agora se há participação de gerentes do Banco do Brasil e da Caixa Econômica nos golpes, que levam milhões das prefeituras maranhenses.

Só com a conivência desses funcionários a quadrilha pode ter acesso aos recursos…