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Uso e abuso

16dez2013---o-governador-eduardo-campospsb-participa-do-deferimento-do-tombamento-da-memoria-fisica-deixada-pelo-seu-avo-o-ex-governador-miguel-arraes-no-instituto-miguel-arraes-no-bairro-de-casa-1387215783834_300x300Jamais se viu na história política recente do país o uso abusivo e desrespeitoso de um morto com o objetivo claro e indiscutível de pedir votos. Morto recentemente numa tragédia aérea que chocou o país, o ex-governador de Pernambuco e candidato a presidente da República Eduardo Campos (PSB) teve sua imagem explorada ao extremo por seus aliados maranhenses, ontem, no horário eleitoral gratuito.

O candidato a senador pelo PSB, Roberto Rocha, tentou disfarçar a exploração alternando imagens e declarações de Eduardo Campos com um discurso de pesar pela sua morte. Mas não teve o cuidado de amenizar o uso eleitoreiro das imagens. O deputado Bira do Pindaré nem mostrou a cara para minimizar a exploração afrontosa, deixando o ex-governador falando sozinho para exaltá-lo. Domingos Dutra, que nada tinha a ver com Campos, mostrou que não tem noção da ideia de limite.

Qualquer cidadão de bom senso que assistir aos programas do PSB sofrerá o impacto do uso abusivo das imagens do ex-governador de Pernambuco. É difícil imaginar que os socialistas maranhenses fizeram o que fizeram ontem sem consultar a família do morto. E também não dá para acreditar que a família, por mais politicamente envolvida que seja, tenha dado autorização para o que se viu ontem horário eleitoral gratuito.

É fácil suspeitar que se Eduardo Campos estivesse vivo e continuasse no mesmo patamar do terceiro lugar nas pesquisas de opinião, dificilmente essa turma usaria imagens suas com a voracidade com que usou ontem, agora que ele está morto, vítima de uma tragédia que chocou o país. Não levaram em conta que a Justiça proibiu o uso eleitoral de imagens de Campo, salvo com autorização expressa da família.

Os exploradores passaram a impressão de que desconhecem ou interpretam errado o conceito de ética.

Coluna O Estado Maior

Marco Aurélio D'Eça

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