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Moreno; 1,70m; cabelos escuros e curtos – assim é o assassino de Décio Sá…

O restaurante onde Décio foi assassinato

A descrição acima foi dada à polícia pelas testemunhas que tiveram contato visual com o assassino do jornalista Décio Sá, na segunda-feira, dia 23.

Todos confirmaram tratar-se de um homem moreno, forte, mas não gordo, com cabelos pretos e bem curtos, com cerca de 1,70m e aparentando ter, no máximo, 30 anos.

Três destes depoimentos foram divulgados hoje, com exclusividade, no blog de Itevaldo Júnior. (Leia aqui)

Uma das testemunhas definiu o assassino como “parecido com índio ou boliviano”. Também usava, sgundo o conjunto dos depoentes, camisa cinza escura, de malha – provavelmente com a inscrição “Maresia” atrás.

Apesar da ausência de retrato falado – prometido pela polícia para o dia seuginte ao crime – a descrição pode servir para quem, porventura, posa ter visto o assassino no dia do crime.

Saindo de algum lugar, por exemplo – se estava em um hotel, se passou por algum outro lugar, etc.

Todas estas informações podem contribuir para a elucidação do crime…

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Passeata pela Paz cobra resposta do governo à violência…

Moradores de várias comunidades assoladas pela violência integraram o movimento

A caminhada em homenagem ao jornalista Décio Sá, hoje, na Avenida Litorânea, transformou-se em um protesto popular contra a falta de resposta do Governo do Estado às ações de violência no Maranhão.

Parentes e amigos de outras vítimas da pistolagem se juntaram a jornalistas, políticos, populares e parentes de Décio para cobrar ações mais efetivas do govenro.

A ausência da governadora Roseana Sarney (PMDB) nos dias que sucederam o crime também foi criticada.

Irmã de Décio Sá, a professora Vilenir Sá leu os nomes de várias outras vítimas da pistolagem – assassinadas já depois da morte do jornalistas – cujos crimes continuam sem solução e criticou a incapacidade da Secretaria de Segurança.

Pela proximidade com o governo, Décio Sá simbolizou a cobrança por segurança

Presente à caminhada, o vice-governador Washington Oliveira (PT) foi obrigado a responder perguntas sobre as falhas na investigação do caso Décio, da falta de resposta da polícia e até sobre o paradeiro da governadora.

A caminhada começou por volta das 10 horas, em frente ao parquinho da Litorânea. Centenas de manifestantes caminharam até o restaurante Estrela do Mar, onde Décio foi executado.

Vários colegas de profissão, parentes e amigos do jornalistas se alternaram no microfone para cobrar Justiça.

Em seguida, balões brancos foram soltados, para simbolizar a esperança por paz.

Décio Sá foi assassinado no dia 23 de abril, minutos depois após deixcar a redação do jornal O EstadoMaranhão.

Até agora, a polícia não divulgou o retrato falado do assassino.

E decidiu manter a investigação em sigilo…

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Morte de Décio traz Flávio Dino de volta ao debate público…

Flávio Dino: solidariedade à família de Décio

O assassinato do jornalista Décio Sá levou o ex-deputado Flávio Dino (PCdoB) à decisão de retomar o debate político no Maranhão.

Em seu primeiro artigo publicado no Jornal Pequeno desde a morte do filho Marcelo, Flávio Dino diz que, vicenciando o luto, tem todas as razões para se solidarizar com a família de Décio, seus amigos e colegas de profissão.

Para além de análises sobre seu papel político ou sua conduta profissional, há algo muito maior agora: um ser humano foi assassinado, e nada justifica tamanha violência – afirma o ex-deputado.

Para Flávio Dino, há uma identidade entre a morte do seu filho e a de Décio, já que, ambas, poderiam ter sido evitadas.

Em seu artigo, ele discorre sobre as razões que levaram à morte de Marcelo Dino e afirma que as causas não estão apenas em falhas profissionais, mas em um sistema de saúde privado movido pelo lucro a qualquer custo.

Com relação ao assassinato de Décio Sá, o comunista diz esperar eficiência nas investigações do Sistema de Segurança.

Conheço os profissionais das nossas Polícias e sei que são capazes de tão importante tarefa, bastando que tenham apoio e incentivo – afirmou.

A íntegra do artigo de Flávio Dino pode ser lido no blog de John Cutrim…

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É assim mesmo que a polícia age???

Polícia: parando ou sem saber para onde ir?

Pode parecer incrível, mas a polícia maranhense, até agora, sequer solicitou à família do jornalista Décio Sá que disponibilizasse o seu carro para perícia.

Seria desnecessário?

No carro estão a mochila com seu bloco de anotações e vários documentos originais das matérias publicadas em seu blog – o que também pode servir como auxílio nas investigações.

Também não cogitou a perícia em seu computador pessoal, que continua intocável no escritório de sua casa. Lá há e-mails e arquivos gravados.

A polícia também parece ter esquecido de divulgar o retrato falado do assassino.

Ou, ao que parece, não teve condições de confeccioná-lo.

Na quinta-feira, após intensa insistência dos próprios delegados, levou-se a viúva de Décio para conversar com um deles.

Foi uma decepção.

O delegado mostrava-se absolutamente desinformado em relação ao caso, sequer tinha conhecimento dos dois celulares do jornalista e chegou a pedir a senha do blog para poder acessá-lo.

Nem ao menos tomou o depoimento oficialmente, sendo mais perguntado que perguntador.

A menos que tenha passado distanciamento para não comprometer as investigações, mostrou que, dele, pouca coisa poderia se esperar em relação ao caso.

Na sexta-feira, Aluísio Mendes mudou a equipe de delegados e decretou o sigilo nas investigações.

E até gora, nada…

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Carta Capital destaca “simbolismo” da morte de Décio Sá…

Capa de Carta Capital: Décio é um dos assuntos em destaque

Em  reportagem de três páginas, com chamada de capa, a revista Carta Capital, de viés esquerdista, destacou hoje o assassinato do jornalista Décio Sá.

Pra a revista, a morte do jornalsita é um simbolismo da falta de segurança no Maranhão e aponta para a volta dos crimes de pistolagem no estado – tese insistentemente rechaçada pela cúpula da Segurança Pública.

– Em pleno 2012, o estado volta agora a ser aterrorizado por grupso de extermínio profissionais – afirma Carta Capital, listando uma série de assassinatos com as mesmas características.

O governo ainda define as mortes como “casos isolados”.

Uma das publicações de esquerda mais posicionadas do país, a Carta Capital faz menção em todo o texto, ao fato de Décio Sá ser um dos jornalistas mais próximos da governadora Roseana e de sua família.

Desde o assassinato, segunda-feira, outras publicações também destacam esta relação.

Como que se dissessem: “se até um jornalista próximo morreu assim…”

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“Décio foi um profeta dos nossos tempos”, definiu Vilenir Sá…

Vilenir Sá: Fortaleza e serenidade

Em contundente discurso, hoje, na Missa de Sétimo Dia de falecimento do jornalista Décio Sá, a professora Vilenir Sá o definiu como “um profeta dos nossos tempos”.

Em tom duro, mas sereno, Vilenir agradeceu aos esforços da polícia em descobrir os assassinos do irmão, agradeceu ao empenho da imprensa, ao apoio de O EstadoMaranhão, da TV Mirante, de todos os órgãos de imprensa, e cobrou Justiça.

– Sei da importância do Décio Sá e da comoção pela sua morte. Mas ele não é melhor do que ninguém. Quando se cobra Justiça, se cobra para todas as vítimas da violência – pregou a professora.

Num recado direto à governadora Roseana Sarney (PMDB), Vilenir Sá lembrou que, depois da morte de Décio, segunda-feira passada, outras mortes violentas aconteceram no estado.

– Senhora governadora Roseana Sarney (PMDB), nós pedimos o seu apoio para a promoção da Justiça. Queremos um Maranhão melhora para todos – disse ela.

Lembrando que Décio teve bons e falsos amigos, a professora Vilenir Sá afirmou que a morte dele também foi causada por aqueles que influenciaram as suas publicações.

– Um chegava pra ele e pedia: “Décio, publica isso”; outro vinha e dizia: “Décio, publica aquilo”. Não tinham coragem de assumir o que diziam e davam pra ele, corajoso, que publicava – afirmou.

Para a professora, Décio Sá morreu, mas vai continuar vivo em cada gesto da imprensa, cada ação contra as injustiças e cada denúncia contra os covardes.

Além da família e dos amigos, participaram da Missa de Sétimo Dia, na Igreja da Sé, deputados, políticos, jornalistas e admiradores do blog de Décio Sá. 

 

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Mosca na Sopa…

Eu sou a mosca
Que pousou em sua sopa
Eu sou a mosca
Que pintou prá lhe abusar.

Eu sou a mosca
Que perturba o seu sono
Eu sou a mosca
No seu quarto a zumbizar.

E não adianta
Vir me detetizar
Pois nem o DDT
Pode assim me exterminar
Porque você mata uma
E vem outra em meu lugar…

-“Atenção, eu sou a mosca. A grande mosca. A mosca que perturba o seu sono. Eu sou a mosca no seu quarto a zum-zum-zumbizar. Observando e abusando. Olha do outro lado agora. Eu tô sempre junto de você. Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.”

Quem, quem é?
A mosca, meu irmão!

E não adianta
Vir me detetizar
Pois nem o DDT
Pode assim me exterminar

Porque você mata uma e vem outra em meu lugar…

Letra e música de Raul Seixas
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Família e amigos fazem missa em homenagem a Décio Sá…

Décio Sá: sete dias e nada...

Será as 9h30 horas de hoje, na Igreja da Sé, a Missa de Sétimo dia do jornalista Décio Sá.

O evento religioso será celebrado a pedido da família, dos amigos e dos colegas de trabalho e de profissão do jornalista.

Décio Sá foi assassinado segunda-feira passada, com seis tiros, em um restaurante na Avenida Litorânea.

Além da Missa de 7º Dia, será realizada uma caminhada em sua homenagem, terça-feira, na Avenida Litorânea.

No evento, será cobrada a prisão de todos os envolvidos no caso – inclusive os mandantes – e a rapidez na elucidação.

A caminhada da paz também será realizada às 9h30, com início da área do parquinho da Litorânea.

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Lições de uma morte…

Por João Melo e Sousa Bentivi

Essa crônica pode estar velha no dia da publicação. Escrevo-a na sexta, será publicada domingo e, nesse tempo, todas as notícias podem ter se tornado velhas. O que resta esperar é que o envelhecimento seja construtivo.

Morreu o jornalista Décio Sá. Aliás, não morreu, mataram-no, foi assassinado!

Conheci o Décio criança, fomos criados no mesmo bairro, o antigo Barés, hoje tristemente incorporado pela imundície da Feira do João Paulo. Como todos nós, do Barés, de origem humilde.

  A vida lhe foi pródiga: venceu.

Não tínhamos relações de intimidade, até porque a diferença de idade entre nós pouco permitiu de convivência e, no desenrolar de nossas vidas, trilhamos caminhos bem opostos. Por motivos ideológicos e profissionais, Décio Sá, desde cedo, vinculou-se à estrutura Mirante-Sarney e eu, por meus motivos, caminhei exatamente ao contrário, nunca estive nem próximo a essa nau. Graças a Deus!

Isso não fez de nenhum de nós melhor ou pior, fez-nos, pura e simplesmente, diferentes.

Muita gente reclama dos jornalistas que defendem posições, como era o caso do Décio Sá e eu sempre acho hipócritas aqueles que se vangloriam de fazer o “tal jornalismo imparcial”. Jornalismo imparcial seria o mesmo que comida insossa ou água morna: nem serve para beber, tampouco pela um porco: toucinho cabeludo nunca fez sucesso!

O jornalista que faz bem para a sociedade tem que ter a contundência da parcialidade. Parcialidade não rima, necessariamente, com malandragem, rima com ter um lado político, econômico ou ideológico. É melhor ter um lado e assumi-lo que ficar se posicionando de maneira sutil e hipócrita.

O meu saudoso mestre e amigo José Maria do Amaral ensinou-me que quem não tem inimigos também não pode fazer amigos. Desconfie-se, pois, desse tipo de indivíduo que diz ter somente amigos: ou é mentiroso ou não vale nada. Melhor que seja mentiroso.

O Décio Sá foi morto a mando de um ou mais inimigos e daí sobram lições.

Creio que não tomava os devidos cuidados com as pessoas que tinha certeza de tê-las incomodado. Posso estar errado, mas ser da equipe Mirante, próxima ao núcleo central do governo do Maranhão, deveria lhe dar uma certa sensação de segurança.

A segunda lição é que a insegurança, em vez de ser exceção, é regra no Maranhão. Os fatos afirmam:

Não era um jornalista qualquer. Era um dos mais lidos, da maior rede de comunicação do estado, amigo das mais altas autoridades, incluindo a governadora e José Sarney.

Com todos esses predicados, os assassinos o mataram em um restaurante lotado, cedo da noite, sem capuz ou disfarce, com a certeza da impunidade.

A terceira lição mostra a deterioração das relações sociais. Nunca advoguei a farsa social que canoniza o morto, principalmente se a morte é violenta, mas é inadmissível detratar-se do morto, qualquer que seja o motivo, ainda que relevante, pois o morto tem a incapacidade absoluta de defender-se e, assim procedendo, se estará promovendo pelo menos uma absoluta covardia.

A quarta lição é uma equação em aberto: o governo tem a maior de todas as obrigações – prender executores e mandantes.

Os outros assassinos de aluguel (que no Maranhão, acredita-se, são muitos) estão vendo o rio passar. Caso a morte do Décio Sá fique na impunidade, será um grande combustível a encorajar os crimes de encomenda. A impunidade da morte do Décio Sá fará com que qualquer motivo, mesmo banal, atinja a condição de relevância para a execução de alguém.

Encontrar, prender, julgar e colocar na cadeia esses facínoras é condição de segurança pública. Alguém, desavisado, diria: só porque é da Mirante? Não, nesse caso não se trata de Mirante ou um jornalzinho casca de coco: o fato independe do veículo.

Assim, espera-se que, desse triste drama, sobre algo de relevância. Que os sentimentos menores não se externem. Que os facínoras recebam o merecido e que outros jornalistas não tombem de maneira tão violenta.

Na adolescência, li um livro – A Marca da Violência – e não recordo o nome do autor, mas uma frase desse livro me marca até hoje: “o nascer é o início da vida, o morrer é o fim, mas uma morte violenta é um fim antes do fim”.

Creio que se aplica ao Décio Sá!…

Bentivi é médico otorrino e legista, jornalista, advogado, professor e músico
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Jornalistas denunciam novas ameaças no Maranhão…

Policial observa corpo de Décio, após execução em São Luís

Wilson Lima, do IG

morte do jornalista Décio Sá , repórter de política do jornal “O Estado do Maranhão”, veículo de comunicação da família Sarney e titular do blog com a maior audiência no Estado, trouxe uma sensação de pânico e medo à imprensa maranhense. De quebra, expôs feridas antes consideradas pontuais e mostrou que tentativas de cerceamento à liberdade de imprensa no Estado são mais comuns do que se imagina.

Apenas nos últimos três anos, vários jornalistas e veículos foram censurados ou sofreram tentativa de cerceamento da liberdade de imprensa.

Em 2010, o repórter Itevaldo Júnior, editor de Política de “O Estado” e dono de um blog especializado na análise do Poder Judiciário maranhense, foi proibido de citar o nome do juiz Nemias Nunes Carvalho após uma denúncia segundo a qual o magistrado teria, supostamente, comprado uma fazenda de uma foragida da justiça beneficiada por uma decisão judicial de Carvalho.

Um ano antes, uma outra decisão da Justiça do Maranhão obrigou o “Jornal Pequeno”, veículo de oposição à Família Sarney, a retirar do site uma reportagem com dados da Operação Factor, que citava o nome do empresário Fernando Sarney. No ano passado, a repórter Carla Lima, de O Estado do Maranhão, foi agredida por seguranças do prefeito de São Luís João Castelo (PSDB). O Estado faz oposição à prefeitura da capital.

Décio Sá, em reprodução de foto do seu blog

Os chamados bloqueiros são os mais ameaçados no Estado. Alguns já receberam ligações ou comentários anônimos com ameaças de morte por causa das postagens de suas páginas pessoais.

O blogueiro Caio Hostílio que já responde a 86 processos impetrados por políticos e gestores públicos que foram alvo de denúncias é um destes casos. Ele foi um dos maiores críticos da greve da Polícia Militar ocorrida no final do ano passado. “Com a morte do Décio, percebemos que os comentários com ameaças podem se cumprir a qualquer momento”, disse Hostílio.

O jornalista Marco Aurélio D’Eça, repórter de política de “O Estado do Maranhão”, também tem sido constantemente alvo de ameaças. Alvo de seis processos, D’Eça disse que a morte de Décio obrigou todos os jornalistas a mudarem hábitos e rotinas no Estado. “Eu não ando mais tranquilo. Quando uma moto chega próxima do meu carro, surge o receio de que algo aconteça”, afirmou.

– Se eles conseguiram matar Décio, que era o braço direito de Sarney, o que não podem fazer com gente que é ‘peixe-pequeno’- complementou o jornalista Marcelo Vieira, também titular de um blog sobre política. Continue lendo aqui…