0

Marafolia cada vez mais próximo…

Evento anunciado no São Luís Shopping pela empresa remanescente do grupo que organizava a tradicional micareta na Avenida Litorânea – com os mesmos artistas que se apresentavam à época – é uma espécie de “evento-teste” para o retorno da festa que marcou época e que vem sendo trabalhada nos bastidores do governo desde 2023, como já apontou este blog Marco Aurélio d’Eça em diversos posts

 

Era assim que ficava a Avenida Litorânea durante o Marafolia, com a passagem de trios elétricos com astros do Axé Baiano entre 1995 e 2006

O Estacionamento do São Luís Shopping vai reviver nos dias 16 e 17 de março o tradicional Marafolia, evento que marcou época na Avenida Litorânea, entre os anos 90 e 2000; o show “Vumbora-10 anos”, é uma espécie de evento-teste para o retorno da micareta maranhense, como o próprio release distribuído à imprensa sugere:

– O saudosismo da micareta volta a tomar conta de São Luís nos dias 16 e 17 de março, com a realização do “Vumbora – 10 Anos” no estacionamento do São Luís Shopping. O evento, que reúne grandes nomes do axé como Bell Marques, Durval Lelys, Timbalada, Xanddy Harmonia, Banda Eva e Rafa e Pipo Marques, promete reviver a energia contagiante das micaretas que marcaram época em todo o Maranhão – diz o texto encaminhado à imprensa.

Este blog Marco Aurélio d’Eça vem noticiando desde 2023 que há em curso negociações entre o governo Carlos Brandão (PSB) e os ex-organizadores do Marafolia para a reativação do carnaval fora-de-época em São Luís. (Relembre aqui, aqui, aqui e aqui)

O próprio carnaval do governo Brandão, na Avenida Litorânea, já foi uma prévia do que será o novo Marafolia; a empresa organizadora deste “Vumbora-10 anos”, a 4Mãos, é remanescente do grupo que organizava a micareta maranhense.

Criado a partir de 1994 para fazer frente às micaretas que bombavam no país inteiro, o Marafolia foi o mais forte evento anual maranhense em termos de público e crítica; a festa na praia só foi encerrada a partir de 2007, por decisão do juiz José Jorge Figueiredo dos Anjos, e reafirmada seis anos depois pelo Tribunal de Justiça. (Saiba mais aqui)

Com a comunicação de fatores existentes no governo Brandão, tudo caminha para a reativação do evento:

  • o Grupo Mirante, principal promotor do Marafolia, é o parceiro-master de Brandão – e praticamente o único – na área de divulgação;
  • o chefe da comunicação do governo é ninguém menos que Sérgio Macedo, que foi superintendente da Mirante exatamente na época de ouro do Marafolia;
  • A deputada federal Roseana Sarney – govenadora à época e sócia da Mirante – vem articulando para indicar o novo secretário de Cultura do Maranhão;
  • além disso, a Litorânea hoje tem uma nova extensão, em área com pouca moradia, exatamente onde ocorreu o carnaval do governo;
  • A justificativa da nova avenida pode convencer o TJ-MA, agora sob o comando de aliados dos Brandão e também dos Sarney;
  • sem falar na vontade de setores do próprio governo em reativar a micareta maranhense.

Há, portanto, os elementos prontos para trazer de volta o emblemático evento de carnaval fora-de-época.

É aguardar e conferir…

0

Grupo Sarney deve assumir comando da Secretaria de Estado da Cultura…

Deputada federal Roseana Sarney vinha há tempos pressionando pelo posto, que foi garantido por uma articulação do deputado estadual Roberto Costa com o presidente do MDB, Marcus Brandão; atual titular da pasta, Yuri Arruda deixa o governo com a imagem de traidor do vereador Paulo Victor, que o indicou em 2023

 

Roseana e Paulo Victor podem estar juntos na articulação da cultura: ela com a expertise já comprovada na área; ele que foi traído após indicar o assessor

Deverá ser um indicado pelo grupo da deputada federal Roseana Sarney (MDB) o novo titular da Secretaria de Estado da Cultura; o atual secretário Yuri Arruda já foi comunicado que não ficará no cargo.

Roseana vinha pressionando pela Secma desde o início de 2023. Chegou a se indispor com o governador Carlos Brandão (PSB) por causa da resistência em indicar um aliado seu; para contornar a crise, o deputado estadual Roberto Costa (MDB) – hábil negociador do grupo Sarney – articulou com o presidente do MDB, Marcus Brnadão, a substituição de Yuri Arruda.

Roseana tem expertise em cultura; foi em suas gestões que se desenvolveram as maiores temporadas de carnaval e de São João no Maranhão, com forte repercussão na mídia nacional, época em que as manifestações culturais maranhenses tinham cobertura da mídia em todo o país.

Yuri Arruda deixa a Secma com a pecha de traidor.

Ex-assessor do presidente da Câmara Municipal, Paulo Victor (PSDB), foi indicado por este para o posto, ainda em 2022, mas rompeu com o padrinho para se manter na pasta. Sem força política, foi perdendo as condições de permanecer.

O controle da Cultura pelo Grupo Sarney abre espaço também para um outro projeto que vem sendo discutido nos bastidores do governo Brandão desde 2023, a volta do Marafolia.

Assunto já tratado várias vezes neste blog Marco Aurélio d’Eça. (Relembre aqui, aqui e aqui)

0

Marcus Brandão assume sexta-feira, 1º, o comando do MDB…

Executivo da Assembleia Legislativa que é irmão do governador Carlos Brandão passa a comandar os destinos do partido no estado e vai ser o responsável pela política de alianças para as eleições de 2024

 

Principal auxiliar de Iracema Vale na Assembleia Legislativa, Marcus Brandão vai assumir o comando do MDB estadual

O diretor institucional doa Assembleia Legislativa, Marcus Brandão, assume nesta sexta-feira, 1º, o comando regional do MDB.

Marcus é irmão do governador  Carlos Brandão (PSB).

O executivo da Assembleia receberá o partido da deputada federal Roseana Sarney, que aceitou deixar o comando partidário após anos como principal liderança emedebista no Maranhão.

Caberá a Marcus Brandão a política de alianças do MDB nas eleições de 2024.

Inclusive em São Luís…

0

Grupo Sarney torce – e age – contra Dino no STF…

Aliados do ex-presidente da República – que atua diretamente pela escolha de Bruno Dantas – entendem que a não indicação do ministro da Justiça – que até hoje é visto como adversário, apesar da aproximação dos últimos anos – seria uma derrota política importante, com forte influência no Maranhão

 

Sarney até sorri ao lado de Flávio Dino, mas não gostaria de vê-lo no Supremo Tribunal Federal

Para a maior parte da classe política maranhense fora do círculo mais próximo ao ministro da Justiça Flávio Dino, sua ida para o Supremo Tribunal Federal seria, também, uma forma de libertar politicamente o Maranhão; menos para o grupo Sarney. 

A maior parte dos políticos, ex-políticos empresários e profissionais liberais ligados ao ex-presidente da República José Sarney, a não-indicação de Dino seria uma derrota importante para o ex-comunista, que teria implicações diretas no Maranhão.

O próprio Sarney tem um candidato pessoal para a vaga no STF – o presidente do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, por quem trabalha fortemente junto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Adversários históricos desde 2006, quando Dino entrou na política, o ministro e o grupo do ex-presidente se aproximaram a partir de 2018, após duas derrotas impostas pelo ex-comunista, as duas em primeiro turno, incluindo a de 2018 sobre contra a atual deputada federal Roseana Sarney (MDB).

Em 2022, ao mesmo tempo em que apoiou o candidato de Dino ao governo, Carlos Brandão (PSB), Sarney ajudou Dino a ser eleito para a Academia Maranhense de Letras, em uma operação estranha de herança da cadeira que pertencia ao pai do ex-governador, o aliado de Sarney Sálvio Dino.

Mas nem Sarney, muito menos Roseana mostram-se à vontade como aliados dinistas.

O blog Marco Aurélio d’Eça tentou compreender os argumentos dos sarneysistas que veem numa derrota do ministro para o STF uma espécie de livramento do Maranhão das suas influências políticas; não conseguiu.

No entendimento deste blog Marco Aurélio d’Eça, o Grupo Sarney pode até conseguir impor derrota a Dino no STF; mas vai ter que aturar a hegemonia política do ex-comunista ainda por muitos anos.

Simples assim…

0

Temendo segundo turno com Neto Evangelista, Eduardo Braide tenta apoio do MDB

Candidato do União Brasil mantém forte relação com os deputados federais Roseana Sarney e Aluísio Mendes, e mantém a disposição de diálogo com todos os pré-candidatos na capital maranhense, à exceção do atual prefeito

 

Roseana recebeu Neto Evangelista e mantém boa relação com o deputado estadual

O titular deste blog Marco Aurélio d’Eça teve acesso exclusivo a pesquisas realizadas por dirigentes de partidos que apontam O deputado estadual Neto Evangelista (União Brasil) como o candidato que pode tirar a Prefeitura de São Luís de Eduardo Braide (PSD).

dentre os nomes até agora avaliados em pesquisas, Neto é o candidato mais bem avaliado em uma hipótese de segundo turno nas eleições de 2024.

Neste cenário, as pesquisas indicam uma alta rejeição do deputado federal Duarte Júnior (PSB), se comparado com outros candidatos. Vale destacar que Duarte ainda não recebeu aval do seu partido, o PSB, para oficializar sua pré-candidatura.

O deputado é o único pré-candidato da base governista que já tem o aval dos eu partido, o União Brasil, para concorrer em São Luís

Aliado do governador Carlos Brandão, Evangelista é o único pré-candidato oficial a prefeito de São Luís, já anunciado pelo próprio partido.

O deputado tem se movimentado na classe política e demonstrado boa relação com figuras importantes como os deputados federais Roseana Sarney (MDB) e Aluísio Mendes (Republicanos).

Neto Evangelista chegou a afirmar que existe possibilidade de aliança com todos os candidatos que disputam a Prefeitura de São Luís, com exceção do atual prefeito. Ele chegou a divulgar em suas redes sociais reunião com o presidente da Câmara de São Luís, vereador Paulo Victor (PSDB), que já anunciou a retirada da sua candidatura.

Aluísio mendes também já recebeu Neto Evangelista para conversas políticas relacionadas às eleições de 2024

Nas eleições de 2020, Neto Evangelista obteve mais de 83 mil votos para prefeito de São Luís, ficando em terceiro lugar na disputa.

O parlamentar foi fator decisivo na vitória do atual prefeito Eduardo Braide, quando o apoiou na disputa do segundo turno com Duarte Júnior.

0

Roseana recebe Iracema Vale…

Deputada federal esteve com a presidente da Assembleia Legislativa nesta terça-feira, 19, em discussões sobre filiações partidárias; o MDB vai passar a ser comandado ainda este ano por Marcus Brandão, irmão do governador Carlos Brandão e diretor institucional da Assembleia

 

Iracema com Roseana Sarney; aliada de Brandão, presidente da Assembleia pode seguir para o MDB

A deputada federal Roseana Sarney (MDB) recebeu em sua residência, nesta terça-feira, 19, a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema vale (PSB).

A imagem do encontro foi divulgada no blog do jornalista Gilberto Léda.

De cordo com Léda, aliados de Roseana apontam que a reunião pode culminar com uma filiação de Iracema ao MDB.

O partido hoje comandado no estado por Roseana será presidido ainda em 2023 pelo diretor institucional da Assembleia, Marcus Brandão, que é irmão do governador Carlos Brandão (PSB.

A legenda dos Sarney passou a ser vista – ao lado do MDB – como caminho de Brandão e seu grupo ainda antes das eleições de 2024.

É aguardar e conferir…

0

Roseana mantém influência eleitoral em São Luís…

Pesquisa DataILha aferiu que a ex-governadora e atual deputada federal pelo MDB tem capacidade de orientar mais de 7% dos eleitores de São Luís na escolha por um dos candidatos a prefeito nas eleições de 2024, poder maior que a do governador  Carlos Brandão

 

Os números do DataIlha põem, a ex-governadora no rol dos principais influenciadores de voto nas eleições de 2024

A deputada federal Roseana Sarney (MDB) é uma das lideranças com poder de influenciar o voto nas eleições municipais de 2024, revelou o instituto DataIlha; segundo o levantamento, o poder de influência da ex-governador, de 7,7%, é maior que o do próprio governador Carlos Brandão (PSB), que tem 7,1%.

De acordo com o DataIlha, Roseana é a quarta liderança política mais influente na capital maranhense, atrás apenas do presidente Lula (25,2%), do ex-presidente Jair Bolsonaro (16,4%) e do ministro da Justiça Flávio Dino (13,8%).

– Se as eleições fossem hoje, qual desses líderes políticos poderia influenciar na escolha do seu candidato a prefeito de São Luís? – perguntou o Instituto DataIlha para 1.069 entrevistados em 40 bairros de São Luís.

Quatro vezes governadora e melhor “prefeita” de São Luís em todos os tempos, Roseana mantém influência no eleitorado da capital maranhense

Roseana é a atual presidente regional do MDB, partido com um dos maiores tempos na propaganda eleitoral e com maior participação no Fundo Eleitoral.

O resultado serve para balizar como os pré-candidatos a prefeito devem se movimentar até às eleições…

0

Brandão reapresenta ao PAC projeto que já foi de Roseana, José Reinaldo, Jackson Lago e Flávio Dino

Incluído novamente entre os pleitos do Maranhão para o Projeto de Aceleração do Crescimento do governo Lula, Corredor Metropolitano foi pensado no segundo mandato da emedebista – entre 1998 e 2002 – mas nunca foi efetivamente implantado, chegando a gerar, no governo comunista, a aberração que destruiu a estrada do Araçagy, agora consertada pelo gestão do sobrinho da ex-governadora, Adriano Sarney , na MOB

 

Simulação do que seria o Corredor Metropolitano no trecho da orla marítima de São Luís, com uma ponte ligando o Itaqui-Bacanga

O governador Carlos Brandão (PSB) anunciou com pompa e circunstância na semana passada as obras que o Maranhão apresentou para viabilização no Programa de Aceleração do Crescimento do governo Lula (PT); entre elas, o Corredor Metropolitano que é, na verdade, um projeto de mais de 20 anos, pensado ainda no segundo mandato da ex-governadora Roseana Sarney (MDB). (Saiba mais aqui)

Chamado inicialmente de “Corredor Metropolitano”, a avenida é uma espécie de Anel Viário de cerca de 27 quilômetros, que nasce próximo ao aeroporto, na BR-135, e passa por diversos bairros, de três municípios – São Luís, São José de Ribamar e Raposa – interligando várias rodovias e avenidas da Grande São Luís.

Por sua complexidade, nunca foi implantada por Roseana; voltou a ser notícia nos governos José Reginaldo Tavares (2002/2006) e Jackson Lago (2007/2009).

Roseana voltou ao governo em 2009 e reapresentou o projeto novamente em sua campanha de reeleição em 2010; em 2011 voltou a incluí-lo no PAC, agora com o nome de “Avenida Metropolitana”, junto com a Via Expressa, a Avenida Quarto Centenário e duas novas pontes, com alças, inclusive, para a área Itaqui-Bacanga. (Saiba mais aqui)

Programa de Roseana em 2010 mostra virtualmente como será o Anel Metropolitano, o mesmo que Brandão quer efetivar agora

A então governadora chegou a efetivar parte do Anel Metropolitano (outro nome usado para definir o projeto), coma  ampliação da Avenida do Araçagy; ao final do mandato de Roseana, já na gestão de Arnaldo Melo (MDB), o então governador chegou a assinar convênio de R$ 144 milhões para conclusão do corredor.

Nos dias 2 e 3 de dezembro de 2014 o blog Marco Aurélio d’Eça destacou o Anel Metropolitano em dois posts de balanço da gestão roseanista: no dia 2/12 o texto “As obras de Roseana em São Luís…”; no dia seguinte o post “Os quatro mandatos de Roseana e os avanços em São Luís…”.

Ao assumir, em 2015, Flávio Dino (PSB) desfigurou o projeto roseanista e criou uma verdadeira aberração urbanística que causou mortes, dificuldade na mobilidade e desvalorização da área do Araçagy.

Esta aberração de Flávio Dino está sendo corrigida só agora, no governo Brandão, justamente pelo sobrinho de Roseana, o presidente da Agência de Mobilidade (MOB), Adriano Sarney, em parceria com a Sinfra.

O mesmo Brandão quer buscar recursos para a viabilização do Corredor Metropolitano que, se posto em prática garantirá urbanização, mobilidade e potencial turístico a toda a Grande São Luís, com uma avenida que circunda toda a ilha.

Mas precisa, também, superar as limitações impostas pelos órgãos ambientais e de patrimônio…

0

20 anos depois, Flávio Dino e Carlos Brandão vivem mesma situação de Roseana e José Reinaldo

Da mesma forma que em 2002, quando a hoje deputada federal deixou o governo, se elegeu senadora com forte influência nacional no primeiro mandato do presidente Lula – fazendo seu sucessor no Maranhão e rompendo com este pouco tempo depois – o hoje ministro da Justiça, também em destaque nacional, enfrenta a mesma situação com seu ex-vice, que era o principal auxiliar de Tavares há duas décadas

 

Flávio Dino vive hoje com Brandão as mesmas circunstâncias pessoais e políticas que Roseana viveu com José Reinaldo há 20 anos

Ensaio

O ministro da Justiça Flávio Dino (PSB) é para a história maranhense, hoje, o que a agora deputada federal Roseana Sarney (MDB) foi há 20 anos.

Assim como Roseana no início do primeiro mandato presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2003, Dino hoje, em 2023 – quando Lula retorna ao poder – tem forte influência nacional e é cotado como opção presidencial

E assim como a emedebista à época, o socialista enfrenta, atualmente, situação de intenso desgaste com o sucessor eleito em sua chapa.

Liderança política maranhense mais ovacionada no Brasil em 2002, Roseana liderou o início da corrida pela sucessão do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), mas acabou aliando-se a Lula. Tinha como vice no Maranhão o mais radical dos sarneysistas, José Reinaldo Tavares (então no PFL), mas dava mostras de não confiar nele para sua sucessão.

Havia outras opções no governo roseanista, como o então chefe da Casa Civil João Abreu, preferido por ela, e o então Secretário de Desenvolvimento Social, Luiz Fernando Silva, por própria conta e risco.

Liderança política maranhense mais ovacionada no Brasil em 2022, Flávio Dino chegou a ser cotado para a sucessão do presidente Jair Bolsonaro (PL), mas acabou aliando-se a Lula. Tinha como vice no Maranhão um ex-sarneysista histórico, Carlos Brandão (então no PSDB), mas não demonstrava definição em torno do seu nome para a sucessão no estado.

Havia outras opções no governo dinista, como o senador Weverton Rocha (PDT), mais alinhado ideologicamente ao próprio governador, e o secretário de Indústria e Comércio Simplício Araújo, por própria conta e risco.

Neste ponto da linha do tempo, faz-se necessário uma importante referência: vice de Flávio Dino em 2022, Carlos Brandão era o principal auxiliar de José Reinaldo, vice de Roseana em 2002.

Há várias versões para o rompimento de José Reinaldo e Roseana; a mais aceita historicamente diz que a ex-governadora fez questão de diminuir o seu então vice nos oito anos em que esteve no Palácio dos Leões, o que acirrou os ânimos da família Tavares, notadamente o da mulher dele, Alexandra.

Há várias versões para o estremecimento entre Flávio Dino e Carlos Brandão; a mais aceita diz que Dino diminuiu Brandão nos oito anos em que esteve no Palácio dos Leões, o que acirrou os ânimos da família Brandão, notadamente o do irmão caçula, Marcus Brandão.

A grande responsável pelo rompimento entre Tavares e Roseana, já às vésperas das eleições municipais de 2004, foi Alexandra, que decidiu ignorar o candidato sarneysista em São Luís, levando o marido a apoiar o prefeito pedetista Tadeu Palácio.

Nos bastidores da pré-campanha municipal de 2024, aponta-se Marcos Brandão como responsável pela articulação política que formará o palanque do irmão em São Luís, dificilmente o mesmo em que esteja Flávio Dino.

A história política maranhense mostra que Roseana tentou interferir no governo do sucessor, levando-o ao rompimento político e à primeira derrota do grupo Sarney em 40 anos de poder no Maranhão, em 2006.

À época, nem a força de Lula, reeleito em primeiro turno, foi capaz de garantir vitória de Roseana contra a força do Palácio dos Leões, com José Reinaldo à frente do governo e Jackson Lago embalando às forças antisarneysistas.

A história política maranhense se repete vinte anos depois.

Flávio Dino usa a força do cargo de ministro da Justiça para mostrar-se como único acesso a Lula em Brasília, o que tem levado Brandão a buscar nos próprios Sarney’s o caminho para furar o bloqueio dinista.

Versões dos bastidores do poder no Maranhão apontam que o ministro da Justiça – assim como Roseana em 2006 – aposta na força de Lula, em 2026, para voltar ao poder no Maranhão, embalado pelos mesmos garotos que estiveram com ele na reeleição de 2018.

Esta história já foi, inclusive, contada no blog Marco Aurélio d’Eça, no post “a doce ilusão que Flávio Dino cria entre aliados de Weverton e Eliziane…”.

Mas desta vez Lula será suficiente para enfrentar o rugir do Palácio dos Leões?!? E Brandão seguirá o mesmo caminho de José Reinaldo, abrindo mão de um mandato senatorial para derrotar o ex-aliado, repetindo a história de 2006?!?

A história poderá se repetir como farsa para alguns.

E para outros como tragédia…

0

Hegemonia de Brandão pode ser péssima para o estado, analisa Joaquim Haickel…

Em artigo divulgado neste fim de semana, ex-deputado analisa que a força política do atual governador – construída “em cima de escombros de grupos políticos outrora poderosos” – traz sérios e graves problemas de manutenção, inclusive a curto e médio prazos; no texto, o escritor reserva farpas também para o grupo Sarney, Flávio Dino e até para o prefeito Eduardo Braide

 

Joaquim Haickel analisou a política atual de cima abaixo, apontando situações e construindo cenários

O ex-deputado federal, estadual e ex-secretário de Cultura, Esporte e Comunicação Joaquim Haickel analisou neste sábado, 3, o poderio político adquirido pelo governador Carlos Brandão (PSB) em apenas cinco meses de mandato.

E acha que esta hegemonia pode ser péssimo para a política maranhense.

Para Haickel, a construção da hegemonia de Brandão – em cima de escombros do que outrora foram grupos poderosos – terá problemas de manutenção, normalmente ligados ao aspecto financeiro de um grupo gigantesco, onde cada uma de suas partes reivindica um cadinho.

– No caso desse tipo de hegemonia, o que ocorre é que quem perdeu o protagonismo só aguarda a dissolução dela, só espera que o tempo passe para voltar ao centro das atenções como salvador da pátria – diz ele, numa clara referência ao ministro da Justiça Flávio Dino (PSB), embora não cite o seu nome em nenhum trecho do artigo.

Em seu artigo, que analisa também a política nacional, vê o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como um arremedo senil do que fora em seus dois primeiros mandatos, e ministros desequilibrados  e destemperados, mesmo querendo vender-se como líderes, “faróis na noite escura da política brasileira”.

Haickel reserva um capítulo dos eu artigo para o prefeito Eduardo Braide (PSD), a quem vê como político relevante, mas sem grupo.

– Ele [Braide] sozinho configura-se como uma equação politicamente inexequível, mesmo que tenha boa perspectiva eleitoral a curto prazo – analisa Joaquim Haickel.

O ex-parlamentar louva a articulação do deputado federal Cleber Verde, que deseja candidatar Braide pelo MDB, mas ressalta que, hoje pertencente à base do governo Brandão, o partido ainda tem na deputada federal Roseana Sarney a sua principal força.

– Apesar de ter perdido o poder, por vários e vários motivos, juntamente com seu agora reduzido grupo, [Roseana] ainda é uma força que não pode ser descartada – frisou.

Consciente da força de suas palavras, Haickel faz, ele próprio, uma ressalva às suas reminiscências, mostrando-se atento ao que pode ser interpretado a partir delas.

– Como disse antes, pessoas como eu normalmente desagradam a todos, não por simplesmente estarem erradas, pois quem está errado nem é levado em consideração, mas por dizerem verdades, coisas que normalmente incomodam – concluiu o membro da Academia Maranhense de Letras.

Abaixo, a íntegra do artigo:

Sobre verdade e política, a pedidos

Alguns amigos meus, frequentemente, têm me pedido que volte a escrever sobre política, assunto que tenho evitado pelo imenso grau de radicalização que esse setor sofreu nos últimos tempos e pelo fato de eu dizer coisas que acabam desagradando a todos, característica peculiar das pessoas que falam verdades, e verdades geralmente não são coisas agradáveis de serem ouvidas, e que transformam quem as dizem em personas non gratas, coisa que eu não desejo ser.

Nos últimos tempos tenho me dedicado exclusivamente aos meus projetos cinematográficos que estão em andamento, uma vez que os negócios de minha família estão sendo tocados, e muito bem, diga-se de passagem, por meu irmão e minha esposa. Mas como meus filmes me deram uma folguinha nos últimos dias, até porque essa atividade, de tempos em tempos, exige certo distanciamento, para que se possa ver as coisas em perspectiva, resolvi parar para analisar alguns poucos aspectos da política, assunto que como todos sabem, muito me agrada, principalmente em seu aspecto estratégico e filosófico, uma vez que, já faz algum tempo, sou completamente refratário à prática diária da política, o tal corpo a corpo.

A política nacional está uma verdadeira loucura. Lula que era um craque da política, no bom e no mau sentido, dá claros sinais de senilidade, falando e fazendo coisas que nem ele mesmo aceitaria, mesmo em seu piores momentos.

Alguns de seus ministros, ouviram o sino tocar, mas não conseguem encontrar a igreja, enquanto outros, estes competentes e bem-preparados, tropeçam em suas idiossincrasias mais atávicas e acabam por demonstrar desequilíbrio e destempero, características que não podem estar presentes no perfil daqueles que desejam ser verdadeiros líderes, faróis na noite escura da política brasileira.

O poder legislativo no âmbito federal, mais do que nunca é um balcão de negócios. Seus comandantes ou são covardes oportunistas ou são ávidos negocistas. É triste esse panorama.

No âmbito estadual, nunca se viu uma situação de tamanha hegemonia. Não que eu me lembre. Mas isso que pode ser muito bom por um lado, pode ser péssimo por outro. Eu explico, ou pelo menos vou tentar.

Quando se atinge a hegemonia através de uma luta renhida, uma disputa “sangrenta”, quando ela é resultado de uma conquista monumental, ela normalmente é boa e as partes, as facções, as pessoas que compõem esse grupo, sabem o que as levaram até ali e têm um compromisso maior.

Quando a hegemonia é decorrente da dissolução dos grupos políticos anteriormente constituídos, quando ela é construída nos escombros do que havia antes, mesmo que ela tenha a frente um líder experiente, cauteloso e bem-intencionado, como é o caso de Carlos Brandão, ela é na verdade uma hegemonia frágil, que até aparenta ser forte, mas que traz sérios e graves problemas de manutenção, normalmente ligados ao aspecto financeiro de um grupo gigantesco, onde cada uma de suas partes reivindica um cadinho, deixando por conta do seu comandante a solução de problemas gigantescos e quase insolúveis a curto e médio prazo.

No caso desse tipo de hegemonia, o que ocorre é que quem perdeu o protagonismo só aguarda a dissolução dela, só espera que o tempo passe para voltar ao centro das atenções como salvador da pátria.

Comentei esse fato com um amigo e ele me perguntou qual seria a solução para esse problema e eu disse que a solução, em primeiro lugar é reconhecer que há um problema, pois muitos não conseguem perceber e outros, os que percebem, tiram proveito disso e, portanto, não se importam.
A segunda coisa que deve ser feita nesses casos é a escolha de seu efetivo, não falo de amigos ou parentes, falo de um exército capaz de enfrentar o por vir, pois numa hegemonia pouca gente se preocupa com isso.

A eleição de prefeitos do ano que vem é a primeira trincheira e será mais do que nunca decisiva para o futuro da política local, e veja que isso não é uma questão de semântica! É uma questão de prática, tanto que acredito que quem melhor esteja pensando nisso seja o deputado Kleber Verde, que deseja candidatar o prefeito Eduardo Braide, pelo MDB.

Braide é um político relevante, mas não tem um grupo em torno de si, não tem uma base sólida, que o apoie. Ele sozinho configura-se como uma equação politicamente inexequível, mesmo que tenha boa perspectiva eleitoral a curto prazo.

Nesse cenário, lembro que o MDB hoje pertence a base mais bem alicerçada do governo. Partido que já foi comandado pela então governadora Roseana Sarney, que apesar de ter perdido o poder, por vários e vários motivos, juntamente com seu agora reduzido grupo, ainda é uma força que não pode ser descartada.

Como disse antes, pessoas como eu normalmente desagradam a todos, não por simplesmente estarem erradas, pois quem está errado nem é levado em consideração, mas por dizerem verdades, coisas que normalmente incomodam.

Mas vá lá! Seja o que Deus quiser, se é que ele se mete nessas coisas.

Joaquim Haickel

Cineasta e membro da Academia Maranhense de Letras