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A disputa não é de biografia; é uma disputa política, diz Marcos Silva

O candidato do PSTU, Marcos Silva, negou hoje que tenha qualquer implicância com o PCdoB e o seu candidato a goernador, Flávio Dino. Segundo ele, a questão é de projeto e, na sua opinião, o candidato comunista representa o projeto liberal.

– Como se identifica um candidato do campo liberal? Pelo seu discurso de governar para todos. Na verdade ele vai governar para os poderosos. No Maranhão, Flávio Dino, Roseana Sarney (PMDB) e Jackson Lago (PDT) representam os mesmos interesses liberais – explicou o socialista.

Como exemplo de que os trêes candidatos têm a mesma raiz, Marcos Silva citou a campanha de 2006, quando uma subsidiária da Vale doou para a campanha de Roseana, de Lula e para o candidato de Flávio Dino ao governo.

– A disputa não é de biografias. A disputa é política. Cada um deles tem uma biografia, mas na política representam o mesmo projeto. E o Maranhão só vai mudar quando o projeto de poder tiver a visão de governar para a classe trabalhadora – analisou.

Marcos Silva foi o terceiro candidato a ser entrevistado na sabatina da rádio Mirante AM. Amanhã, será a vez de Flávio Dino (PCdoB).

As entrevistas na Mirante AM começam sempre às 8h30.

Marco Aurélio D'Eça

4 Comments

  1. Caro Wilson ou você é ingenuo ou não sabe interpretar a realidade.

    Grato, Noleto.

  2. Caro Wilson Barros você pergunta ” Por que o Governador não pode trabalhar para todos?”. Respondo Simples assim: porque a sociedade é dividida em classes e com interesses antagônicos e jamais um governo será para todos. Esta lógica irá existir independente da qunatidade votos que PSTU tiver.

    Sobre o que você afirma “Enquanto os partidos de ultra-esquerda não compreenderem isso, terão essa pífia votação. ” Te respondo com um texto não muito simples assim:

    “Deixem Zé Maria participar!” ; “Deixem Zé Maria falar!” Estas são exigências que ganharam eco depois do debate da Band, que se recusou terminantemente a convidar Zé Maria, candidato a presidente pelo PSTU, ao evento que a emissora paulista levou para todo o país.

    Qual o argumento esgrimido pelos que defendem os preceitos antidemocráticos que impedem que candidaturas ideológicas de esquerda – como a de Zé Maria – tenham acesso aos debates – e em alguns casos, conforme se observou no Jornal Nacional da Globo, sequer a uma simples entrevista? Dizem que o PSTU não conseguiu alcançar uma taxa eleitoral suscetível para eleger um ou mais parlamentares. Esse seria o critério para definir quem deve ou não participar dos debates e entrevistas “especiais”.

    Até como critério isso é discutível, uma vez que poderíamos enumerar outros critérios, dentre os quais o da taxa de militantes, aspirantes e simpatizantes de cada agremiação partidária. Poderia se questionar por que isso não redunda em votos. Ora, os votos decorrem de outros estratagemas. Não resultam da organização partidária regular ou da militância, mas de outros fatores, fundamentalmente daqueles de natureza econômica.

    Vejamos a eleição geral passada (2006). 254 deputados e 15 senadores eleitos receberam em torno de R$ 24,1 milhões das empreiteiras. Esses parlamentares ocuparam quase metade das vagas que estavam em jogo. É assim que são construídos os mandatos parlamentares dos “principais partidos”, à base de uma dinheirama que traz à tona o fator decisivo para formação das taxas eleitorais de cada um desses partidos e coligações.

    Imaginem se optássemos por considerar outros “colaboradores” das campanhas eleitorais da burguesia, notadamente os banqueiros? É assim que as candidaturas burguesas ganham corpo e são eleitas. Eis o que serve de base para que as emissoras de TV possam decidir quem convidam e quem não convidam a participar das discussões eleitorais. Trata-se de um suporte decididamente apodrecido.

    Pior: tentam responsabilizar os partidos eleitoralmente menores pelas crises, maracutaias e desarranjos do sistema político como se todos os partidos menores se resumissem às legendas de aluguel. Alguns abusam da boa vontade de leitores e ouvintes e procuram relacionar essas agremiações aos jogos escusos que ocorrem nos bastidores da vida política. Vejamos se é assim. Tomemos, por exemplo, o PMDB, a segunda máquina partidária em voto (tomando por referência a eleição de 4 anos atrás), suplantada apenas pelo PT. Não é esse partido que foi base de Sarney? De Collor? De FHC? De Lula? Não é ele que apóia Serra em São Paulo (Quércia) e Pernambuco (Jarbas Vasconcelos), ao passo que nacionalmente montou chapa com Dilma para presidência?

    Os que falam de voto, de bancadas parlamentares e coisas do gênero são os mesmos que silenciam quanto à incoerência ideológica dos “grandes partidos”. São os mesmos que silenciam relativamente aos processos de formação de bancadas parlamentares. É desse modo que buscam legitimar a sua cumplicidade com a democracia dos ricos, que através dos seus representantes não se furtam em fechar as portas para que por aí não entrem as candidaturas que denunciam o capital e defendem o socialismo.

    É preciso, para eles, que os socialistas existam somente às margens de uma história que deverá ser unicamente a história dos que precisam prometer o paraíso às massas – que seria um subproduto da sua decantada democracia. Esse é o seu regime democrático. Uma democracia puramente retórica. Nela, Zé Maria deve ser ouvido por poucos para que milhões não possam ouvi-lo. Ouvir Zé Maria seria ouvir o que os socialistas pensam do país e o que eles propõem para mudá-lo.

    Daí a necessidade de silenciar e apagar a alternativa proposta pelo PSTU. Por isso, precisamos insistir que Zé Maria deve participar de todos os debates e entrevistas. Para que os socialistas possam falar para milhões de trabalhadores quais são as suas convicções e as suas propostas para mudar o Brasil. Mas igualmente para que – na contramão do critério dominante – se ouça a voz e se veja a imagem de um candidato que não recebe dinheiro dos empresários. É por isso também que Zé Maria deve falar. Só assim os debates deixarão de se resumir às propostas das candidaturas dos bancos e empreiteiras.

    Fábio José foi vereador de Juazeiro do Norte (CE) pelo PSTU entre 2001 e 2005

    • Prezado Noleto, Boa Tarde. O Governador não é Deus para se preocupar com os interesses antagônicos das classses. Basta se limitar aos interesses sob sua alçada. Por exemplo, a educação. Não há antagonismo aí. Não acredito que alguém queira que a educação pública seja ruim. Nem que a polícia seja ineficiente – a não ser os bandidos, mas aí não é mais luta de classes. Ao fim e ao cabo, o que o Governo do Estado pode fazer para melhorar a vida dos trabalhadores, a não ser proporcionar melhor saúde, educação, etc.? O Governador não tem autonomia nem para aumentar os benefícios sociais, quanto mais para implantar o manifesto de Marx e Engels.

      Aqui no Maranhão o PSTU há muito tempo participa dos debates televisivos, mas não adiantou muito. Realmente, o eleitor não concorda com o seu conceito da luta de classes. Você não pode culpar-nos, já que o problema do Maranhão é uma oligarquia de prefeitos e deputados que ficam riquíssimos, com o dinheiro que era para a merenda escolar e remédios. Esse é a classe contra a qual devemos lutar, não contra a dos “burgueses”, que não têm nada a ver com isso. E é o que eu sugiro que se faça, em termos práticos. É o que D’eça faz, é o que Walter fazia.

      De resto, quem elege o Governador no Maranhão não são banqueiros, até porque aqui não tem. A eleição aqui se apóia em várias “classes”: os evangélicos, a “massa regueira”, a associação comercial, os estudantes… A que o PSTU se apóia, a dos trabalhadores, pode significar muita coisa, ou coisa nenhuma. Caro Noleto, às vezes é preciso fazer uma autocrítica para saber se estamos no caminho certo. Meus melhores votos (de sucesso).

  3. O que é preciso é parar de falar por abstrações e partir para a real. Por exemplo: determinada escola pública é péssima. Por que? Porque não tem equipamentos modernos, porque falta água? Porque o diretor é incompetente, é apadrinhado? Os professores de lá são despreparados, preguiçosos? Ou tudo isso? Valorizar o trabalhador é arregaçar as mangas e procurar resolver os problemas concretamente, sem muita conversa, sem muito discurso. É botar os servidores públicos pra trabalhar, e bem. E para isso é preciso boa vontade, capacidade administrativa, inteligência, não só do governador, mas de uma equipe, que ele tem que saber escolher.

    Agora me diz uma coisa: Por que o Governador não pode trabalhar para todos? Todo mundo precisa de policiamento, de estradas, de empregos, de progresso. Até os bandidos precisam de penitenciárias humanas. E toda gente de bem, seja rica ou seja pobre, quer ver hospitais e escolas decentes para a população.

    A luta do maranhense não é de trabalhador contra burguês, é da gente honesta contra a roubalheira que políticos fazem junto com “empresários” da mesma laia. Enquanto os partidos de ultra-esquerda não compreenderem isso, terão essa pífia votação. Como você diz, Marco D’eça, “simples assim”.

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