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De como João Castelo inviabilizou a própria aliança…

Clodomir Paz: um trunfo na articulação desperdiçado

No início do ano, o prefeito João Castelo (PSDB) teve a chance de caminhar tranquilo para as eleições de 2012, sem maiores preocupações com adversários em São Luís. Por meio de seus articuladores políticos, conseguiria atrair até inimigos pessoais, como o ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB).

Personalista, turrão e dono da verdade – perfil compartilhado pela filha deputada – o próprio Castelo pôs tudo a perder e hoje se equilibra para manter uma base política mínima que lhe garanta concorrer à reeleição.

O PDT, por exemplo, preparava-se para declarar apoio a Castelo antes do fim do primeiro semestre.

Faltava apenas a vaga de Weverton Rocha (PDT) na Câmara Federal. Um dos emissários do prefeito precisou de apenas 30 minutos com o deputado Pinto Itamaraty (PSDB) para convencê-lo a assumir a secretaria de Governo. (Releia aqui)

De volta a Castelo com a boa nova, ouviu o seguinte, dele e da filha:  “Não! Esse aí, não dá!”

Dias depois, o próprio Castelo piorou as coisas ao declarar – em entrevista gravada: “mais espaço que o PDT tem é impossível”.

A partir daí, tudo foi por água abaixo com os pedetistas.

Até Tavares admitiu sentar com o desafeto

Com José Reinaldo e seu grupo – envolvendo, inclusive, o ex-deputado Flávio Dino (PCdoB) – a coisa foi mais difícil. 

Mesmo assim, os operadores castelitas conseguiram convencer o ex-governador de que melhor seria apoiar Castelo em 2012, ainda que de forma disfarçada, e preservar Dino para o embate de 2014, com Castelo no grupo. (Releia aqui)

Tudo acertado, o prefeito, mais uma vez, meteu os pés pelas mãos.

Preferiu formalizar convites pessoais ao seus amigos do PSB, ignorando as lideranças e as bases partidárias. O resultado é que, alijado do processo, o deputado federal Ribamar Alves articulou um golpe de mestre, levando o tucano Roberto Rocha para o PSB, inviabilizando a aliança castelista e obrigando os Tavares a ter que aceitar a nova filiação.

E o prefeito, mais uma vez, ficou a ver navios.

Hoje, o prefeito já não tem apoio institucional sequer do próprio partido, perdeu o PSB, praticamente inviabilizou-se com o PDT e caminha para perder também o PPS e o PTC.

Além disso, seus articuladores já nem conversam com ele, lavaram as mãos em relação às alianças partidárias e acompanham apenas à distância as trapalhadas de pai e filha nas frentes administrativas

Ainda é possível que Castelo recupere o terreno político até outubro de 2012, garantindo a reeleição.

Mas vai ter que correr atrás para reagrupar tudo aquilo que já teve nas mãos.

E agora em condições menos favoráveis…

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