A greve dos policiais e bombeiros militares já teve um efeito de consequências drásticas para a Polícia Militar do Maranhão: o movimento tem à frente dois praças sem patente – o soldado Leite e o cabo Nascimento – que submetem às suas ordens majores, capitães, tenentes, subtenentes e sargentos.
Até mesmo coronéis, como Ivaldo Barbosa e Francisco Melo, hoje são liderados por Leite e Nascimento.
São os “pracinhas” que se reúnem com deputados, secretários, coronéis do Exército e representantes do Governo do Estado, enquanto oficiais de alta patente permanecem de fora das negociações, em QAP, aguardando orientação dos “garotos”.
A quebra da hierarquia destrói todo o sistema que mantém viva a Polícia Militar.
A inversão de patentes chocou o senador João Alberto de Souza (PMDB), que resolveu participar das conversas como uma espécie de interlocutor informal do governo.
– É um absurdo que oficiais de alta patente sejam submetidos por dois soldados sem posto de comando. A hierarquia está ferida, como o próprio futuro da PM – disse o senador, ontem, após mais uma conversa em que Leite e Nascimento se mantiveram irredutíveis à frente da tropa.
Submeter-se aos praças é um risco também para o governo. Assim procedendo, seguirá o rumo da prória PM.
Onde quem comanda já não tem a menor importância…