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Beija-Flor pode ganhar, mas…

Supervalorização da história do negro na Beija-Flor

A Escola de Samba Beija-Flor explorou mal o enredo sobre a história de São Luís.

Enfatizou demais a história da raça-negra – que é apenas um dos diversos componentes da formação cultural da capital maranhense.

Deixou de fora aspectos culturais, arquitertônicos e culinários tão relevantes quanto.

O casario colonial de São Luís foi retratado apenas no último carro, exatamente o que homenageava Joãosinho Trinta – e, mesmo assim, misturado ao Cristo Redentor, numa alusão a outro enredo do carnavalesco maranhense.

Justamente pelo colorido, carro Bumba-boi chamou mais atenção na avenida

O desfile pareceu mais uma festa de exaltação à “mãe África”, com carros sombri0s, contando o calvário dos negros na colonização – e esculturas de seres místicos e mostruosos, que muita gente ficou entender.

Não era esta a proposta.

Seres como este ficaram sem propósito no enredo

O que deveria ser exaltado era a própria cidade, seus casarões, as expressões culturais, seu folclore, suas festas e sua tradição hospitaleira.

Nada disso se viu na Marquês de Sapucaí.

Além disso, com membros demais, a escola passou como um raio pela avenida, dificultando a visualização das alegorias e adereços.

A homenagem a Joãosinho se sobrepôs à proposta do enredo

A Beija-Flor está no páreo do carnaval carioca, até por conta da tradição de campeã.

Mas há outras pedreiras na disputa.

Inclusive a Mangueira, que emociona em qualquer situação…

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