Quem frequentar as páginas de Facebook e do Twitter de alguns dos acusados pela morte do jornalista Décio Sá vai ver uma estranha coincidência nas relações deste pessoal com pessoas influentes da sociedade maranhense.
O perfil de Júnior Bolinha, por exemplo, tem apenas seis “amigos” (pessoas que se relacionam entre si pela rede social). Entre estes “amigos” estão os deputados estaduais Raimundo Cutrim (PSD) e Hemetério Weba (PV).
Já o perfil de Fábio Aurélio, o Buchecha, tem até um album de fotos dedicado exclusivamente ao casamento de uma das filhas de Weba, em que o próprio Buchecha aparece como feliz comensal. (Veja aqui)
Estas informações foram cruzadas pela polícia, que as relaciona com ligações telefônicas feitas por Gláucio Alencar e seu pai, José Miranda.
Os carros apreendidos pela quadrilha também guardam esta relação perigosa.
A presença de autoridades como “amigos” em redes sociais de pessoas com perfil não-recomendável, a princípio não quer dizer nada.
Mesmo por que, qualquer um pode solicitar “amizade” no face e, em alguns casos, a pessoa – ou sua assesssoria – acaba aprovando esta solicitação até de forma mecânica.
Outro detalhe curioso: Jonathan de Souza, o executor de Décio Sá, responde a dois processos nas instâncias superiores da Justiça. Seu advogado nestes casos é o ex-deputado estadual Franklin Seba, da região de Santa Inês.
Seba compôs o grupo de advogados que, em 1999, defendeu o ex-colega José Gerardo de Abreu na CPI do Crime Organizado. Naquela ocasião Weba também figurou como investigado.
Vale repetir que esta relação entre essas pessoas – a princípio – não quer dizer nada.
Mas não deixa de ser informações importantes para uma investigação que se pretende chegar a crimes graves, como agiotagem, extorsão e assassinatos – e à suposta rede de proteção que esta quadrilha mantinha no Maranhão.
Uma relação perigosa por si só…