O deputado Raimundo Cutrim (PSD) já falou. Se defendeu, admitiu as ligações com Júnior Bolinha, mas negou envolvimento no assassinato de Décio Sá.
A governadora Roseana Sarney (PMDB) também já falou. Garantiu que a polícia irá investigar até o último ponto e afirmou não acreditar no envolvimento de Cutrim, seu ex-secretário de Segurança.
Mas a polícia precisa falar.
O secretário Aluísio Mendes e sua equipe de delegados precisam explicar por que, diante do depoimento de Jhonatan Souza, não tomaram qualquer medida em relação ao parlamentar governista.
Algumas perguntas precisam ser feitas:
1 – Se Jhonatan afirmou tratar-se do próprio deputado Raimundo Cutrim, por que o Cutrim citado no pedido de prisão não foi qualificado?
2 – Se a polícia não acredita no envolvimento do deputado Cutrim no caso, por que fica vazando informações nos bastidores – como os telefonemas de Gláucio e Bolinha, por exemplo?
3 – Se o Cutrim citado por Jhonatan não é o deputado Raimundo Cutrim, o que a polícia tem a dizer sobre isso?
4 – Por que a polícia não tomou nenhuma providência contra o deputado – seja para ouvi-l0 como testemunha ou para questionar outros envolvidos sobre sua participação no crime?
5 – Mais importante: por que Fábio Capita, que teve apenas citações superficiais, está preso, e Raimundo Cutrim, apontado como “mandante principal”, segundo o depoimento, não foi nem qualificado?
Aluísio Mendes e sua equipe precisam esclarecer estes pontos, ainda que mantenham a investigação sob “sigilo”.
Caso contrário, parecerá que a acusação contra Cutrim fora montada pelo próprio Sistema de Segurança.
Numa disputa desenfreada por poder policial…