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“Eu não lhe prometi um mar de rosas”…

Juíza Alice nega pressões…

O título acima é um trecho de música da banda The Fever’s, sucesso da Jovem Guarda. Expressa bem a análise do caso dos juízes Alice de Souza Rocha e Paulo Augusto Moreira Lima.

A primeira teve autorizada ontem, no Tribunal de Justiça do Maranhão, seu pedido de transferência da 1ª Vara do Tribunal do Juri, onde presidia as investigações do assassinato do jornalista Décio Sá.

O outro, juiz de Goiás, determinou a prisão do bicheiro Carlinhos Cachoeira e pediu pra sair do caso no início da semana.

Alice nega que seu pedido de trasnferência tenha a ver com o caso Décio. Moreira Lima, por sua vez, assume que se sentiu ameaçado, mas nega que tenha agido por covardia.

O exemplo dos dois é um retrato da situação do serviço público no Brasil.

Juízes não vivem num mar de rosas. Na maioria dos casos, enfrentam situações adversas na condução de comarcas em ambientes de tensão, em localidades sem estrutura e cercado por ameaças de toda sorte.

Mas eles sabiam disso desde quando decidiram fazer o concurso público para ser juiz. Assim como o titular deste blog – e qualquer outro jornalista – sabia desde cedo os riscos inerentes à sua profissão.

Mas todos fizeram o juramento de servir ao povo, independentemente das condições que encontrassem.

Juiz Moreira Lima nega covardia

O problema está na praga  em que se tornaram os concursos públicos no Brasil. Pelo menos 95% dos concurseiros de plantão estão a fazer provas não para servir ao povo, mas pela atração do salário farto e das comodidades do cargo.

Um juiz, apesar das adversidades, ganha muitíssimo bem para o trabalho que faz.

Se um jovem bacharel em Direito tiver a noção exata dos riscos inerentes à profissão, saberá, certamente, valorizar o salário que recebe, enfrentanto estas adversidades e valorizando cada centavo que investiu na carreira que escolheu.

Mas, se o foco for apenas o alto salário – como imagina a maioria dos que fazem concurso para a área – certamente a missão de servir ao povo e o juramento que fizeram no início da carreira ficarão em segundo plano.

E estes nunca serão juízes de fato…

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