A verdadeira história do afastamento do ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB) do seu pupilo Flávio Dino (PCdoB), é bem mais simples que a mera articulação para as eleições de 2014.
José Reinaldo sentiu-se menosprezado e traído por Flávio Dino, por isso afastou-se.
E o motivo da traição chama-se Roberto Rocha.
O ex-governador credita a Rocha a sua derrota nas eleições para o Senado, em 2010. E conta pra quem quiser ouvir que o ex-tucano recebeu benesses do grupo Sarney para ser candidato a senador e atrapalhar os planos reinaldistas.
Por isso, Tavares não compreendeu quando Flávio Dino, em meados de 2011, resolveu patrocinar a transferência de Rocha para o PSB, na tentativa de transformá-lo em candidato a prefeito.
Foram várias as conversas entre o ex-governador e seu pupilo, sem que o comunista se desfizesse da idéia.
Sem conseguir demover sua criatura, o criador decidiu agir sozinho.
Com o controle do PSB, decidiu minar o desafeto partidário internamente até inviabilizá-lo como candidato a prefeito.
Conseguiu, mas eis que Dino decidiu fazer de Rocha o vice na chapa de Edivaldo Júnior (PTC) pelo consórcio oposicionista.
Sentindo-se desafiado pela sua criação política, o ex-governador decidiu dar o golpe fatal: anunciou, de uma hora para outra, aliança com o prefeito João Castelo (PSDB), indo se abrigar na Secretaria Municipal de Governo.
Foi como se mandasse um recado a Flávio Dino: “Tu estás chegando agora em política, ‘não conhece a cor da chita’. Vou mostrar como se faz”.
A adesão de José Reinaldo a Castelo esfacelou o “consórcio oposicionista”, esvaziou o candidato de Dino e deixou o comunista sem saber o que fazer.
E agora dará o tiro de misericórdia, com a cooptação de PSB e PPS e da maior parte do PDT para a campanha de Castel0.
Com a virada de jogo, José Reinaldo mostrou a Flávio Dino como é que se faz política.
E se o comunista ainda sonha ser candidato a governador em 2014 tem que seguir os conselhos do mestre.
E começar do começo…