Os depoimentos dos envolvidos no assassinato do jornalista Décio Sá, publicados em blogs e jornais maranhenses, levam a crer no uso de dois pesos e duas medidas pela polícia maranhense.
Envolvidos aparentemente superficiais no assassinato do jornalista Décio Sá foram tratados com forte rigor e expostos publicamente, enquanto outos, atolados até o pescoço com a quadrilha de agiotas suspeita de matar em todo o Maranhão, passaram incólume pelas investigações, com tratamento discreto da polícia.
Os casos do capitão Fábio Aurélio Saraiva e do deputado Raimundo Cutrim (PSD) são dois exemplos.
Em comparação com os policiais Alcides e Durans, fica evidente um tratamento desigual da polícia para casos iguais ou até mais graves.
O capitão foi citado apenas superficialmente pelo assassino Jhonatan de Souza – que disse ter ouvido de Júnior Bolinha a menção do seu nome. Mesmo assim, foi preso juntamente com a quadrilha de Gláucio Alencar e teve o nome exposto junto com os bandidos.
E o que dizer de Cutrim?
Até agora, há referências também superficiais a Cutrim, e a mais direta foi feita pelo mesmo assassino confesso, que disse também ter ouvido de Bolinha. Mesmo assim, Cutrim foi exposto e o secretário Aluísio Mendes jogou insinuações de outros envolvimentos do deputado em entrevista à mídia.
Mas há dois policiais da Seic diretamente envolvidos com a quadrilha que matou o empresário Fábio Brasil e que também matou Décio. Policiais que participaram, inclusive, de reuniões para discutir eliminações e tentar resolver por conta própria supostas ameaças de morte.
São os agentes Alcides e Durans.
No mínimo, estes policiais cometeram o crime de omissão como homens da lei. Mas podem até ser enquadrados também como cúmplices da quadrilha, pelo menos no caso Fábio Brasil.
E o que fez a polícia?
Apenas os afastou de suas funções, mesmo assim tomando todo o cuidado para não expor seus nomes, que só vieram à tona por causa do vazamento dos depoimentos.
Um claro exemplo de dois pesos e duas medidas.
Que precisa ser explicado à sociedade maranhense…