Ícone do site Marco Aurélio D'Eça

Associação de Delegados sai em defesa de Pedro Meireles…

Desde sexta-feira, a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal divulga nota em que defende a conduta do delegado Pedro Meireles, apontado pela polícia maranhense como suposto envolvido com a quadrilha de agiotas comandada por Gláucio Alencar, preso como mandante da morte o jornalista Décio Sá.

– A propósito de notícias veiculadas em blogs e jornais de São Luís (MA) sobre o delegado de polícia federal PEDRO ROBERTO MEIRELES LOPES, lotado na Superintendência Regional do DPF no Estado do Maranhão, a Associação dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) esclarece que o associado vem desenvolvendo seu trabalho com seriedade e profissionalismo, com relevantes serviços prestados à sociedade maranhense e ao País – diz a nota.

Já neste ponto, um equívoco. Não são não notícias de blogs e jornais que apontam Meireles como envolvido com agiotas. As ifnormações são da própria polícia.

A delegada-geral Cristina Menezes declarou em entrevista à TV Mirante haver indícios de envolvimento do delegado com agiotas. Portanto, as notícias são oficiais, e não apenas meras informações da imprensa.

Meireles, com Ronaldo Ribeiro e Roberto Viegas: sorrisos no velório de Décio Sá

Mas à frente, a nota da ADPF afirma:

– Há de se ressaltar que as operações da Polícia Federal de combate aos crimes por desvios de recursos federais, inclusive as que foram comandadas pelo delegado Pedro Lopes, em geral são realizadas em conjunto com Controladoria Geral da União, Ministério Público Federal e a Justiça Federal. Portanto, são operações realizadas conforme os princípios constitucionais e os ditames da lei. Entretanto, por suas peculiaridades, são operações que contrariam interesses de grupos econômicos e políticos poderosos. Dessa forma, todos os fatos devem ser investigados com isenção e imparcialidade antes de se atribuir qualquer acusação a um profissional que até então tem uma ficha profissional incólume.

Outro equívoco. O fato de envolver tantas instituições não blinda as operações contra vícios ou irregularidades. Usar também a argumentação de que a suposta desmoralização de Pedro Meireles pode vir a ser de interesse de grupos políticos e econômicos poderosos,  é outra falácia com intenção política.

O próprio Meireles já confessou sua amizade com Gláucio Alencar. Há também acusações de  um ex-prefeito contra ele. Além disso, a imagem dele com Ronaldo Ribeiro, sorrindo, no velório de Décio Sá, fala por si só.

Este blog respeita a posição corporativista da ADPF, mas sente-se à vontade para analisar qualquer informação que lhe chega.

De qualquer forma, o ponto fundamental do documento está no final do último parágrafo.

Os fatos devem ser investigados com isenção e imparcialidade antes de se atribuir qualquer acusação a um profissional que até então tem uma ficha profissional incólume – pondera

O Brasil acompanha pela mídia a CPI do Carlinhos Cachoeira, que mostrou as entranhas do crime organizado nos três poderes. Um dos atingidos foi exatamente o senador Demóstenes Torres, um procurador de Justiça de Goiás, até então com “ficha profissonal incólume”, para usar um termo da própria ADPF.

O que se espera é que Meireles possa ter argumentos para manter esta ficha profissional incólume.

Quanto à investigação, a investigação isenta, é exatamente o que se espera que a polícia maranhense faça.

Sem corporativismo ou protecionismos…

Sair da versão mobile