Ícone do site Marco Aurélio D'Eça

Os caminhos de Eliziane Gama…

Eliziane: a tentação por poder pode influenciar, mas o melhor é resistir

Ao sair das urnas com a terceira posição na disputa pela Prefeitura de São Luís, a deputada estadual Eliziane Gama (PPS) credenciou-se, automaticamente, como a principal referência crítica na capital maranhense nos próximos anos.

Ela é, desde já, uma natural candidata a prefeito, em 2016, qualquer que seja o vencedor destas eleições.

Se o eleito for João Castelo (PSDB), Eliziane passa a ser a sua adversária principal daqui a quatros, uma vez que, derrotado, Edivaldo Holanda Júnior (PTC) passará a ser carta fora do baralho; sobretudo por que, muito provavelmente, não terá as mesmas condições políticas que teve este ano para tentar uma segunda chance na prefeitura.

Se a vitória for de Holanda Júnior, Eliziane também se credencia como principal opositora.

Sem conteúdo, sem bagagem cultural, sem experiência de vida prática nos movimentos sociais e sem referência administrativa, Holandinha é fadado ao fracasso na prefeitura, situação que põe Eliziane como opção real à sua gestão. 

A ex-candidata do PPS, portanto, tem que pensar a longo prazo. E sua referência política deve ser exatamente Marina Silva, que surgiu como opção à dicotomia PT/PSDB no Brasil.

A deputada tem que se ver como a líder emergente de uma oposição ludovicense carente de lideranças. Precisa ocupar o vácuo da ausência de Jackson Lago (PDT) e do não surgimento de jovens realmente forjados na luta, em vez de políticos favbricados em laboratório.

Optando por um dos lados na disputa em São Luís, a parlamentar passa a ficar, automaticamente, refém desta gestão, limitando seu raio de ação.

Ela chegou onde chegou sozinha, sem apoios, sem estrutura e, principalmente, sem padrinhos políticos. E foi desta forma que criou as condições para garantir a reeleição na Assembleia e construir uma opção de poder a  partir de si mesma.

Com o apoio a Castelo, Eliziane põe por terra o seu discurso de oposição construído nos últimos quatro anos – discurso este que ajudou, inclusive, a desgastar a imagem do prefeito.

Por outro lado, se optar por Holandinha, a parlamentar estará dizendo que errou ao ser candidata, já que poderia ter optado por ele há quatro meses, quando o então consórcio oposicionista escolheu o nome do parlamentar.

E Eliziane não apoiou Holanda Júnior por que não viu nele as credenciaois inerentes ao postulante do cargo de prefeito: preparo intelectual e administrativo, bagagem cultural e vivência nas lutas sociais e de base.

O caminho de Eliziane Gama está traçado como líder oposicionista na capital maranhense, qualquer que seja o eleito em 28 de outubro. É a partir desta premissa que ela precisa construir a sua trajetória política a partir de agora.

Qualquer outra opção será um erro imediatista que pode torná-la refém dos mandatos eleitorais sem referência.

Como muitos que já se afundaram no interesse por poder imediato.

É simples assim…

Sair da versão mobile