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Um Flávio Dino irretocável…

Do blog de Roberto Kenard

Vocês sabem que continuo seguro no que pensava: São Luís deu um mau passo ao eleger Edivaldo Holanda Júnior (PTC).

Não só por ele ser um candidato oco, que eu chamava de plástico, invenção dos interesses politiqueiros de Flávio Dino (PCdoB), o antissarney de festim.

Vejam bem: 177.176 eleitores disseram não a Edivaldo Holanda Júnior e a Castelo (PSDB). Se somarmos os 177.176 que disseram não a Edivaldo Holanda Júnior com os votos de Castelo (220.0850), que, afinal, foram contra Edivaldo Holanda Júnior, teremos 397.261 eleitores que disseram não a Júnior.

Número mais que expressivo.

Pois bem. No dia 25, três dias antes da eleição, recebi na minha caixa postal, enviada pela “imprensa do PCdoB”, a seguinte matéria (nada tenho a ver com a redação, reproduzo o texto na íntegra):

“Flávio Dino (PCdoB) afirmou que João Castelo (PSDB) irá para o PMDB com o apoio de José Sarney, em inserção veiculada desde a manhã de hoje (25) em São Luís.

No vídeo, Flávio diz que a informação é comentada em Brasília e acusa a aliança pela onda de ataques contra Edivaldo Holanda Júnior (PTC). “Espalhando mentiras, eles querem o que nunca conseguiram: mandar na prefeitura de São Luís,” disse o presidente da Embratur.

Flávio Dino destaca ainda que a verdadeira “missão secreta” que existe nestas eleições é a aliança entre o grupo Sarney e João Castelo, para reeleger o tucano à prefeitura de São Luís. “Sarney e Castelo estão juntos, mas eu e Edivaldo estamos juntos com você, juntos pela mudança,” concluiu.

A inserção foi ao ar na última quinta e também está sendo veiculada também no programa de Edivaldo Holanda Júnior (PTC).”

Comentário do Blog:

Reparem bem, Flávio Dino usa de método que dizia abominar em 2008 e em 2010. Para fazer seu candidato vitorioso não pensou duas vezes: mentiu descaradamente. E ele se diz antissarney!!!

Ainda na pré-campanha, Edivaldo Holanda, o pai, foi a Brasília se encontrar com Sarney (PMDB). Contei aqui a história (não sei se fui o único, acredito que sim). Eles negaram o encontro. Depois, diante das evidências, resolveram dizer que houve o encontro, só que não teria sido para tratar da eleição. Certo. Edivaldo Holanda foi até Sarney para dizer que o abominava. Eu também acredito nisso.

Logo depois, na semana que antecedeu o debate na TV Mirante, Edivaldo Holanda, o pai, se reuniu com Fernando Sarney. A turma de Edivaldo Júnior achava que ele seria um fiasco e estava fazendo de tudo para que o debate não se realizasse. Era a missão do pai com Fernando Sarney.

Como Fernando Sarney ouviu que os Holanda, pai e filho, estariam com o grupo Sarney em 2014, retrucou:

 – Se você quer fazer negócio, tudo bem, mas eu não acredito que vocês estarão com a gente.

 Reparem bem, Edivaldo Holanda, o pai, não estava sendo safado ou cínico. A estratégia dele era corretíssima. Ele nunca se disse comunista, convenhamos. Foi antissarney por um brevíssimo tempo, quando Jackson Lago era governador. Ou seja, ele não esconde que está do lado de quem está no poder. Concordo com isso? Abomino. Ele, porém, não se passa por revolucionário, por comunista ou por libertador do Maranhão.

 Até ali, os meios de comunicação da família Sarney tinham Castelo como o adversário a ser desconstruído. E assim permaneceu. Em nenhum instante os meios de comunicação da família Sarney mostraram o candidato de plástico que era Edivaldo Holanda Júnior.

 No segundo turno, houve uma enxurrada de sarneístas a aderir à candidatura de Edivaldo Holanda Júnior: o deputado Roberto Costa (PMDB), garoto do senador João Alberto (este defensor dos Holanda desde o primeiro turno), o deputado federal Pedro Fernandes (PTB), o deputado estadual Tatá Milhomem, a vereadora eleita Helena Duailibe (prima de Ricardo Murad), Conceição Andrade etc etc etc.

 Só que Flávio Dino se prestou a gravar um vídeo no qual mostrava um “acordo secreto”entre Sarney e Castelo. Embora não pusesse os pés na Embratur, onde deveria trabalhar, desde o primeiro turno, Flávio Dino sabia que em Brasília todos diziam que o acordo entre Castelo e Sarney passava pela ida do primeiro para o PMDB.

Hoje tiro o chapéu para o ex-governador Jackson Lago (PDT).

Em 2008, ele apoiou Castelo e tratou Flávio Dino na medida exata.

Sabia com quem estava lidando…

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