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O cavalo-de-pau do PT…

A notificação do vice-presidente Augusto Lobato, para que a direção do PT se reúna e decida sua proposta de rompimento com o governo Roseana Sarney (PMDB), esconde, na verdade, uma guerra dos grupos petistas pela hegemonia de embarcar no govenro Edivaldo Holanda Júnior (PTC), em São Luís.

Há no PT diversos grupos que apoiaram Holandinha e querem liberação do partido para participar formalmente da administração.

Neste aspecto, os grupos dos deputados José Carlos da Caixa e Bira do Pindaré têm hegemonia, já que declararam abertamente o apoio a Holanda Júnior, indepentemente da posição de neutralidade oficial da legenda.

Augusto Lobato, de outra dissidência, provocou a Executiva para tentar cooptar os grupos de Joab Jeremias, Rodrigo Comerciário e Dimas Salustiano – e se sobrepor a Zé Carlos e Bira.

A estratégia é o seguinte: unindo-se a Dimas e Jeremias, Lobato força uma reunião da Executiva e encurrala o vice-governador Washington Luiz, que será forçado a renegociar com os “dimasistas” e “jereministas” – que já lhe dão apoio – uma maior participação no governo Roseana, sob pena de somarem com Lobato a aprovação do rompimento.

Se ganhar a parada, Augusto Lobato se fortalece como o petista que conseguiu tirar o PT da aliança com Roseana e passa a ser cortejado pela administração holandista – leia-se Flávio Dino (PCdoB) e Roberto Rocha (PSB) – no mesmo patamar de Domingos Dutra e Bira do Pindaré, desbancando Zé Carlos.

Se perder – e é muito provável, haja vista que, no debate interno, Zé Carlos da Caixa acabará somando com Washington – Lobato passa a ocupar o espaço do próprio Zé Carlos no diálogo com os holandistas.

Como se vê Augusto Lobato quer forçar o PT a dar um cavalo-de-pau, com ele montado.

O problema é que geralmente nestes casos a queda é feia…

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