Mas ele não diz isso publicamente e nem age como se quisesse.
Ele prefere agir nas sombras, mexendo peças e articulando nos bastidores em busca de viabilização, sem se expor.
Espera, e opera, uma forma de ser ungido.
É o estilo Gastão Vieira de sempre.
E foi ao seu estilo que Gastão Vieira operou na semana passada – ele e seus aliados – uma de suas jogadas para forçar que a candidatura lhe caia no colo, sem esforço.
Partiu dele a história de que a governadora Roseana Sarney havia oficializado, em reunião de um tal “conselho político”, a candidatura do chefe da Casa Civil Luís Fernando Silva à sucessão.
Nem o senador João Alberto, nem o secretário Ricardo Murad, nem o deputado federal Pedro Fernandes; o senador José Sarney ou o ministro Edison Lobão – e nem o próprio Luís Fernando Silva – ouviram isso de Roseana.
Só Gastão Vieira.
É claro que o candidato preferido de Roseana para o governo é Luís Fernando Silva, e isso até o mais desatento operador do grupo Sarney está cansado de saber.
Mas Roseana sabe que não pode lançar o nome de Luís Fernando agora, sob pena de queimá-lo antes da hora.
Qualquer político com a mínima noção de estratégia sabe que o sucesso de Luís Fernando está ligado diretamente ao sucesso do governo. Por isso, tanto ele quanto Roseana sabem que é preciso aguardar o momento certo.
Mas Gastão Vieira também sabe.
E foi exatamente por isso que decidiu espalhar a suposta definição do nome de Luís Fernando – inventando até o tal conselho político.
Entende o ministro que, com o problema de saúde do colega Lobão, o chefe da Casa Civil passa a ser o nome mais forte do grupo.
Melhor, então que seja exposto logo, a fim de queimá-lo – pensam Gastão e seus aliados no grupo.
Assim, acha que a candidatura lhe cairá no colo na hora certa.
É o estilo Gastão Vieira de sempre…