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Uma Câmara independente…

Por Fábio Câmara* 

No último dia 07 eu soube através da imprensa local da grande preocupação manifestada pela promotora de Defesa do Consumidor, Lítia Cavalcanti, referente à situação do transporte de São Luís.

Segundo a promotora, o Ministério Público assinou com a prefeitura da capital maranhense um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) sobre a questão, mas, absolutamente nada foi resolvido; e se nada for feito de imediato, tudo sinaliza para a instauração de uma situação verdadeiramente caótica.

Tão logo tomei conhecimento dessa situação, busquei estabelecer um contato com a Promotora a fim de marcar uma audiência na qual possamos, eu e alguns colegas vereadores, tomar conhecimento do inteiro teor do TAC, da atual real situação da DATAPRON, empresa responsável pela bilhetagem eletrônica, e de como podemos contribuir com o processo de efetivação de soluções.

Mal se inicia uma nova semana e a questão dos transportes volta a ser tema de destaque no noticiário ludovicense.

Desta vez, porém, a preocupação vem em dose tripla:  01- Um possível aumento nas tarifas do transporte coletivo já para o início de 2013; 02 – Uma clara demonstração de dissintonia entre os futuros dirigentes do Poder Executivo Municipal e, 03 – a ausência do prefeito recém-eleito decicindo e manifestando decisões.

 Foi o vice-prefeito eleito quem afirmou a necessidade de se dar aos empresários dos transportes coletivos de São Luís um aumento no valor das passagens. O vice, enquanto vice, falou como presidente da comissão de transição, mas não sem calçar a sua fala numa defesa legal dos direitos dos empresários e não sem afirmar que a ação final caberá ao prefeito recém eleito.

Resumindo, falou pelo prefeito.

Porém, Roberto Rocha teve a sua fala diminuída ao patamar de ‘opinião pessoal’ pelo presidente municipal do PCdoB, Márcio Jerry que, por sua vez, falou pelo seu partido, por todos os partidos da coligação que elegeram o Júnior prefeito e pelo próprio prefeito recém eleito também.

É sabido por todos que essas não são as duas únicas “autoridades” dotadas de poderes para mandar e desmandar nessa gestão de prefeitura que ainda nem começou.

Márcio Jerry e Roberto Rocha, depois de unificar os posicionamentos, isso se conseguirem fazê-lo, ainda precisarão ouvir o Dino, o Holanda pai, O Jerry ( não o Márcio, o Abrantes que quer voltar a ser Secretário de transportes ) o Wevertom que tem o mesmo sobrenome do vice (Rocha)  mas que não tem, necessariamente, a mesma opinião.

Mas está faltando alguém nesse cenário todo. E quem é que falta? Falta Edivaldo Holanda Júnior.

E eu já começo a me perguntar: -Será que valeu a pena? E eu não estou me questionando sozinho. Os números dessas eleições são um questionamento que não pode ser deixado de lado de forma nenhuma.

É preciso considerar sim os 11.873 votos em branco. Não dá pra ignorar quando 15.864 eleitores vão até as urnas e anulam os seus votos. E para além dos 220.085 votos dados ao prefeito João Castelo, temos que bem interpretar o recado de 149.439 ludovicenses que não foram às urnas, talvez preferindo pagar multas a terem que pagar o vexame de eleger alguém ou alguns descompromissados com a cidade e com o seu povo.

Quase parafraseando o presidente Lula, eu vou arriscar dizer que, nunca antes na história política de São Luís, se precisou tanto de uma câmara de vereadores que se constitua, verdadeiramente, num poder mediador e moderador entre o executivo e o povo.

Por todos os problemas que se avizinham, e pela clara perspectiva de uma gestão que se anuncia confusa, cheia de egos imperativos, repleta de projetos pessoais e de vontades conflitantes à frente da prefeitura, é que se faz mais do que necessária uma Câmara independente, competente, atuante e comprometida com o povo de São Luis.

*Vereador eleito pelo PMDB
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