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Jovens estudantes querem “ressuscitar” a Arena

Cibele Baginski: “Não acho que seja algo ruim. É algo que ou você gosta ou você não gosta”

Por Aline Alencar

Desiludidos com a atual direita do país, um grupo de cerca de 144 jovens estudantes, espalhados por 15 estados do país, quer promover o retorno da “verdadeira direita” ao cenário político brasileiro (leia mais aqui). Resgatando o nome da agremiação, extinta há mais de 30 anos , que deu sustentação ao regime militar, estes jovens pretendem erguer um partido assumidamente de direita, que resgate valores como o nacionalismo e o conservadorismo.

Além destas premissas básicas, a nova Arena defende a privatização do Sistema Penitenciário; a abolição de quaisquer sistemas de cotas raciais, de gênero, ou condições “especiais”; a aprovação da maioridade penal aos 16 anos; o retorno ao currículo escolar das disciplinas de Educação Moral e Cívica e Latim; o ensino da História do Brasil e História Geral sem ênfases tendenciosas doutrinariamente e com abrangência de todos os continentes, e não somente alguns; a defesa do Estado Necessário; a retomada do controle de todas as empresas estatais que são fundamentais à proteção da Nação e o reaparelhamento das Forças Armadas, tirando-a de seu sucateamento e parco efetivo.

Estudante de direito Cibele Baginski de 23 anos é quem coordena o projeto e  assina como presidente provisória do partido o estatuto e o programa da nova Arena, publicado no Diário Oficial da União na última terça-feira (13). Ela não teme críticas ao resgate do partido atuante na ditadura militar: “Não acho que seja algo ruim. É algo que ou você gosta ou você não gosta”, afirma.

Dentre todas estas propostas, a única talvez louvável fosse a privatização do Sistema Penitenciário que, pertencendo ao Estado, só agoniza e não devolve o preso à sociedade como deveria. No mais, defender o conservadorismo é, no mínimo, assustador, pois não se explicou ainda o que será ferino a este conservadorismo e também a tal da moral. Depois de tantos anos, seria bom querer progresso e não um retorno ao passado que, para muitos, não foi nada bom, mesmo os idealizadores afirmando que não passa de uma inspiração para o grupo e que há diferenças. Não é o que parece.

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