Ícone do site Marco Aurélio D'Eça

Toda minoria tem um dia só seu

Por Aline Alencar

Um vídeo que anda circulando na rede social facebook, mostra 40 segundos de um entrevista realizada com o ator Morgan Freeman para uma emissora de TV dos Estados Unidos (veja aqui). Na entrevista, o ator é questionado sobre racismo e preconceito:

Mike Wallace: O que acha sobre o mês da consciência negra?

Morgan Freeman: ridículo

MW: Por quê?

MF: minha história inteira confinada em um mês?

A resposta do ator só confirma que o preconceito de verdade está em reservar uma data especial a um povo com uma imensa história que merece divulgada. Não só mostra isso, mas também prova que toda minoria possui um dia só seu: dia da mulher, dia do índio, dia da consciência negra e o mais recente dia mundial do orgulho gay.

Quanto mais oprimido um seguimento, mais ações específicas serão feitas a ele com a noção de inclusão. Só que isso não é inclusão, como disse Freeman, é confinamento. São 40 segundos da verdade mais profunda que muitos preferem não enxergar. É preciso expandir horizontes e percebemos que já que todos participam de um mesmo Estado, todos têm sua importância na construção da velha e nova história daquele lugar.

Criar um dia não irá fazer com que aquele que esteja fora das minorias se interesse, compreenda e, o mais importante, aceite de fato a convivência. Criar um dia, parece homenagem, mas é como se lembrasse a cada minoria o seu lugar e que, de lá, ela não deve sair.

Sair da versão mobile