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Holanda não tem pressa, mas indefinição prejudica

Do blog de Luís Cardoso

O apressado come cru. A pressa é inimiga da perfeição. São alertas que servem de lição até hoje. Porém, quem chega primeiro ao poço toma água limpa. A indefinição atrasa resultados esperados. Também são lições que norteiam vidas.

No caso específico do prefeito eleito em São Luís, Edivaldo Holanda Júnior, ele caminha lentamente para formar sua equipe e devagar quase parando para tomar decisão que, mais na frente, lhe mostrará o tempo perdido.

Claro que ele ainda não é o prefeito de fato e de direito, mas existem movimentações acontecendo nos bastidores que podem ser abortadas desde já, isto se o prefeito eleito acordar mais cedo, antes que o sonho se torne um pesadelo.

A questão não é de apenas esperar o resultado da equipe de transição, do montante da dívida, do orçamento para 2013 e obras inacabadas. Tem coisas mais complexas que a sã ingenuidade do prefeito possa imaginar.

Na escolha do seu secretariado, o Edivaldo Júnior acha melhor ficar reservado, gerando especulações e pressões, até chegar a um ponto que deixe feridos alguns dos aliados.

Em outras capitais a transição corre tranquila e paralelamente a nova equipe vai se tornando conhecida. Na vizinha Teresina, que hoje é muito mais avançada do que nossa São Luís, resta apenas saber que é o secretário de Saúde. O restante já foi anunciado pelo novo prefeito Firmino Filho. Como Teresina segue o Piauí, sempre juntos!

Andando um pouco mais, chega-se a Fortaleza, capital do Ceará. Boa parte da equipe do futuro prefeito Roberto Cláudio tem nome e sobrenome. Os alencarinos já sabem quem são eles, restando três que serão anunciados até o início de dezembro.

Em Salvador e Recife, os prefeitos eleitos, ACM Neto e Geraldo Júlio, respectivamente, trabalham como quem tem pressa na escolha das suas equipes. Querem que os novos membros começem desde já a discutir as cidades, a planejarem as capitais, e não apenas depois que assumir os cargos. Aí é tempo perdido. E tempo é ouro.

Não precisa nem falar de São Paulo. A equipe está quase completa. O prefeito eleito, Fernando Hadad, anunciava em um dia e no outro lá estava ele com seu auxiliar em Brasília. São Paulo tem pressa, daria um bom slogan. E mais, sempre que a indicação parte de um grupo político, o prefeito pede três nomes para fazer a escolha.

Aqui, pelo visto, quem achar que contribuiu mais vai indicar, ou melhor, nomear. E o processo de escolha, mais lento do que nunca, pode não favorecer a bons resultados. O ungido já deveria ter sido escolhido para, assim que assumir, ter noção exata de como administrar. E não somente se inteirar depois que estiver no cargo.

Mas, ao que parece, São Luís não tem pressa. Devagar e planejando, também seria um bom slogan.

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