Mas o projeto de Dino parece trazer em seu bojo também a ameaça de um estado judicial.
Ex-juiz federal – e como tal propenso aos arroubos autoritários dos que se acham acima do bem e do mal, Dino tem forte influência também em todas as instituições e órgãos que compõem o que se conhece na esfera pública por setor jurídico.
Da Justiça Federal, de onde é oriundo, à OAB, passando pela Polícia Federal e Procuradoria da República, órgãos de controle e de fiscalização, Dino é tido como um deus, alguém quase adorado como salvador, apesar dos muitos desafetos que já construiu.
Num estado judicial, com arroubos autoritários, estas instituições, se mal conduzidas, podem servir de instrumento para perseguições, intimidações e ameaças a eventuais desafetos e discordantes.
São ambientes em que os governantes necessitam adoração popular e subordinação de exércitos.
Os arroubos autoritários de Dino são cada vez mais frequentes.
Quem não lembra da invasão do TRE, durante o 2º turno da eleição, para tomar satisfações com o juiz eleitoral Sérgio Muniz, após este ter dado uma decisão desfavorável ao seu candidato? (Releia aqui)
No mesmo período eleitoral, houve várias suspeitas de que ações do candidato de Dino recebiam melhor tratamento que as do adversário, embora nunca se tenha provado esta hipótese.
Voltando à eleição da OAB, há dois casos envolvendo Mário Macieira e aliados que caraterizam aspectos de um estado judicial.
O primeiro é a censura ao Instituto de Pesquisa Escutec, que sentiu-se intimidada de divulgar seu levantamento sobre a eleição da Ordem apenas por que Macieira achou que os números não lhe seriam favorável. Mas eram (Releia aqui).
Outro caso, ainda mais grave, é a censura judicial a este blog, que foi obrigado a retirar de sua página texto que reproduzia informações de uma ação contra advogados ligados a Macieira apenas por que estes advogados não quiseram dar explicações sobre as acusações. (Releia aqui)
O blog de Gilberto Léda traz hoje um destes exemplos:
Dino tem usado aliados na Controladoria da União, no TCU e em outros órgãos – inclusive membros da própria Comissão de Transição – para escaranfunchar, extra-oficialmente, informações sobre a gestão do prefeito João Castelo (PSDB), enquanto a comissão oficial faz de conta que troca informações com a do prefeito.
Todos estes são aspectos de um estado judicial, no qual os que detêm o poder se acham acima do bem e do mal e todos o contrários – oposição, imprensa, cidadãos – são sufocados até o ponto de aniquilação.
E tudo isso disfarçado de democracia, como nos regimes comunistas espalhados mundo a fora.
Este é só o primeiro alerta…