A polícia maranhense adotou uma linha de investigação no caso Décio que resultou na prisão de vários acusados. Mas poderia adotar outra e, ainda assim, prenderia também gente com evidente ligação com o caso.
A linha adotada se baseia, basicamente, nas informações prestadas por jornalistas e outros depoentes.
Para consolidá-la, no entanto, a polícia desprezou informações importantíssimas, que apontavam para outras hipóteses – tão consistentes quanto a consolidada pela polícia, diga-se.
Mas assim que o inquérito chegou à Justiça, e começou a ser estudado pelo Ministério Público, com acesso dos advogados das partes envolvidas – da vítima e dos acusados – começaram a aparecer os chamados furos.
Entre estes furos estão, por exemplo, telefonemas trocados por gente que – seja qual fosse a linha adotada – fatalmente seria implicada na morte.
A menos que a polícia não tivesse interesse nisso.
Uma dessas ligações foi feita para o próprio Décio Sá, segundo consta de vários depoimentos. E ocorreu exatamente na hora em que o matador do jornalista revelou à polícia ter perdido a vítima de vista.
Mas a polícia ignorou este fato – como também ignorou outros, relacionados a este – o que tem chamado atenção de todos que tiveram acesso aos relatórios do caso.
Esta ligação tem a ver com outras, trocadas pelo agenciador Júnior Bolinha e pessoas que não constam do inquérito – mas poderiam constar, se a polícia adotasse tal linha.
É com estes furos – que podem dar novos rumos ao caso – que o inquérito tramita na Justiça.
Rumo que depende da Justiça, da polícia e do Ministério Público, obviamente…