O ex-governador Jackson Lago (PDT), morto em 2011, foi um mito da oposição maranhense.
O pedetista era inquestionável entre os partidos que se alinhavam a este campo político, da esquerda ou da direita, e tinha o poder de decisão sobre o rumos políticos de várias legendas.
Foi assim que Jackson definiu eleições e mudou rumos políticos em vários momentos da história.
Idolatrado no PDT, Jackson era venerado no PT, absolutamente respeitado no PSDB e no PPS e ídolo no PSB. Desta forma, ele conseguiu aglutinar todas estas legendas em um único projeto, que lhe garantiu três mandatos de prefeito e um de governador.
Desde a morte de Jackson Lago, a oposição se ressente de um líder inconteste.
Sem o mesmo carisma, o ex-juiz e hoje comunista Flávio Dino tenta ser o herdeiro natural de Jackson na liderança oposicionista no Maranhão.
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Mas Dino nunca conseguiu ser Jackson Lago.
Nunca foi bem visto no PT, é absolutamente antipatizado no PSDB, não inspira confiança no PPS, enfrenta forte resistência no PDT e não consegue ser unanimidade sequer no PSB, partido cuja liderança lhe bate continência.
Até por ser o único oposicionista hoje com fôlego para encarar uma disputa de governador, seria natural que Flávio Dino tivesse – como Jackson sempre teve, de uma forma ou de outra – o apoio integral da oposição. Mas não tem.
É por isso que o projeto “Alternativa Popular” defendido por lideranças de PPS, PSDB, PDT, PT e até PP e PR ganha projeção estadual como opção à dicotomia oposição/governo.
E é um exemplo de que, por mais que se venda como alternativa, Flávio Dino nunca terá o carisma e a capacidade de aglutinação demonstradas por Jackson ao longo da história.
Quando entrou na política em 2006 – eleito, mesmo sem carisma, com a força da máquina de José Reinaldo Tavares (PSB) – Flávio Dino sonhou ser o herdeiro político de Jackson Lago.
Quase quatro anos depois, ele lidera apenas uma banda da oposição.
Às custas da divergência quase intransponível com a outra banda…