Quem assistiu à cobertura do carnaval nos telejornais maranhenses teve a sensação de um dejavù.
Todas as notícias tinham um quê de requentadas, repetidas mesmo, com se se estivesse em 2012, 2011, 2010…
A cobertura pela TV de eventos como Carnaval, Natal e São João é um festival de frases feitas e pautas prontas, executadas quase que mecanicamente por repórteres sem criatividade ou vontade de inovar.
O que se viu em 2013 (e em 2012, 2011, 2010… ) foram as mesmas matérias sobre “a alegria do carnaval do interior”, “a alegria na carnaval da capital”, “a alegria dos foliões no Centro” e outras alegrias fabricadas já na pauta.
Entre uma e outras destas pautas de arquivo, espaço para o movimento nos ferry-boats, na rodoviária, e na estrada. E claro, sem faltar as matérias dos que não gostam do Carnaval e aquelas já batidas dicas de como garantir a energia para enfrentar os quatro dias de folia.
Exatamente como no ano passado, e no retrasado, etc, etc…
Não faltaram nem as matérias sobre fantasias, perucas coloridas, abadás e as famigeradas guerras de Maizena (que a TV tolamente prefere chamar de “farinha de fubá”).
Se usassem as imagens de arquivo teriam menos trabalho e alcancariam o mesmo objetivo – não precisava nem mudar o áudio que é tão repetitivo quanto as imagens.
A burocracia na pauta na TV acontece por que na TV não existe jornalismo. O veículo é próprio para o espetáculo, o entretenimento, o show. E aqui se repetem igualmente por todas as emissoras. Muda-se o canal e a pauta é a mesma.
Mas a mesmice das coberturas carnavalescas televisivas não é exclusiva de São Luís.
A pauta é a mesma em praticamente todos os lugares do Brasl – exatamente por que o veículo não é apropriado para a produção de jornalismo.
Em jornais, revistas, e agora na Internet, sobretudo nos blogs, a cobertura é mais dinâmica e instigante por que livre das amarras da pauta – que alguns repórteres de TV usam até como texto final – e por que busca as questões no entorno do fato, o que não acontece na telinha, restrita ao superficial, ao tecnicismo.
Na TV, pode-se até ter quem consiga falar de qualquer assunto em 1 minuto.
Mas é impossível discutí-lo com mais propriedade, além deste minuto…