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Defender o regime de Cuba protestando no Brasil é fácil

Por Aline Alencar

Grupos de esquerda receberam ontem a noite a blogueira cubana Yoani Sánchez com severa hostilidade em sua chegada ao Brasil ontem pela manhã e reportada pelo Jornal da Globo.

Houve até discussão com o senador Eduardo Suplicy que ficou indignado com tamanha demonstração de bestialidade por parte dos protestantes esquerdistas.

Também pudera, a incoerência é tamanha em uma atitude de hostilização de alguém que defende a liberdade de expressão em um país que veda esse direito.

E eles protestam pelo simples fato de que aqui eles têm esse direito: você pode criticar seja lá pelo que lhe desagrada. Marchas dos mais variados temas são realizadas. Há confrontos policiais nelas, há. Mas em Cuba não se chegaria nem perto de sair de casa para isso.

Em Cuba, lugar que eles defendem com tanto fervor, protestos como estes seriam impossíveis.

Portanto, é fácil querer protestar no Brasil defendo um país que não abrigaria e ainda veda totalmente esse tipo de atitude. Que pode superar até países desenvolvidos em pontos como superação do analfabetismo e mortalidade infantil, contudo não te permite dizer o que pensa.

É uma questão que sim, pesa muito.

Pesa ainda ver aqui no Brasil a discrepância de não haver a mesma intensidade de protestos contra a imoralidade de se promover jantares para pagar dívidas judiciais de criminosos do mensalão. Ali protestando, apenas uma andorinha tentando fazer verão e nada mais (reveja aqui).

Uma escala de prioridades totalmente inversa.

E pensar que para a juventude na época da ditadura militar essa atitude seria inadmissível: defender regimes que calam a boca dos que pensam de forma contrária.

Atitudes como a de ontem mancham o que seria a verdadeira ideologia da esquerda. Não esse comportamento xiita de uma parcela pseudo-esquerdista que adula os irmãos Castro.

Por isso, a coerência continua mandando lembranças e Voltaire, filósofo iluminista, também:

“Posso não concordar com o que dizes, mas defendo até a morte o direito de dizê-lo”.

Bem que a recíproca deveria ser verdadeira e efetiva, mas não é. Para a tristeza da lucidez.

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