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Prefeitura tem cerca de 1,5 mil trabalhando de graça na Semed…

Mesmo sem ser sócio, Ricardo Diniz explica situação da Multicooper

A Secretaria Municipal de Educação tem cerca de 1,5 mil trabalhadores exercendo suas funções há quase um ano sem reeber nenhum tostão da Prefeitua de São Luís.

Todos eles eram associados da Multicooper, cooperativa que prestava serviços à secretaria na área de serviços gerais e apoio administrativo, e que teve o contrato rompido em maio de 2012.

Curiosamente, a Multicooper não pagou indenização a nenhum deles. Também não foram absorvidos pela prefeitura.

Mesmo assim, continuaram trabalhando de graça durante todo o último ano do governo João Castelo (PSDB) e nestes primeiros meses da gestão de Edivaldo Holanda Júnior (PTC).

É o que comprovam declarações datadas de 18 de março, assinadas pela Gestora Geral da U.E.B. José Ribamar Bogéa, Rosana Cristina Braga Paixão, confirmando que os trabalhadores atuam de forma voluntária na escola.

Ex-sócio da Multicooper, o vereador Ricardo Diniz (PHS) informou ao blog que os antigos colaboradores permaneceram atuando na Secretaria de Educação por decisão própria.

– O nosso contrato terminou e eles continuaram. Ainda não pagamos as indenizações por que usamos nosso lastro para pagar os que atuavam na SMTT [em 2007] justificou o vereador.

De acordo com o secretário de Educação Allan Kardec Duailibe, a situação já existia quando ele chegou à pasta.

– Não confirmamos nem negamos se são 1,5 mil. Estamos fazendo o levantamento, mas já garantimos a todos que pagaremos as indenizações do período trabalhado neste governo [janeiro, fevereiro e março]. Já os orientamos a entrar com processo administrativo para receber as rescisões – afirmou Kardec. 

Outra curiosidade no caso dos “voluntários” da Semed: mesmo trabalhando sem vínculos, são obrigados a assinar o ponto, como comprovam as folhas de ponto da Unidade de Educação Básica Odylo Costa, filho. (veja reprodução ao lado)

Míriam Pinheiro Silva, foi declarada pela gestora da UEB, Kátia Regina Marques Ferreira, como “voluntária de atividades admnistrativas” desde o dia 2 de maio de 2012. Mesmo assim, a trabalhadora tem matrícula regular (nº 2671) e foi obrigada a bater ponto durante todo o ano, exigência que deveria ser cumprida apenas por servidores assalariados.

O vereador Ricardo Diniz confirma que Miriam Pinheiro foi associada da Multicooper, e também diz estranhar que ela bata ponto mesmo sendo assalariada.

– Foi exatamente este questionamento que eu fiz e faço como vereador – cobrou ele.

Tramita na Câmara um requerimento do vereador Francisco Chaguinhas pedindo CPI para investigar a relação da Multicooper com a Secretaria de Educação.

Há, de fato, muito o que explicar…

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