Ícone do site Marco Aurélio D'Eça

A falsa ideia de moral e bons costumes

A família estilo comercial de margarina é um ideal dos falsos moralistas

Por Aline Alencar

Se a sociedade está ficando chata e ranzinza, pregando o falso moralismo ao censurar determinadas piadas ou classificar tudo como preconceito, mais chata e perigosa ainda é esta sociedade que, com o perdão do clichê, em pleno século 21, prega a moral e os bons costumes da família.

A tal família estilo “comercial de margarina” pregada é formada por pai, mãe, filhos, cachorro, papagaio, periquito e uma empregada doméstica certamente vinda do interior.

E aí surge o problema: esquecemos as famílias de mãe solteira, que dão tudo pelos filhos, são mãe e pai ao mesmo tempo. Esquecemos também dos pais que criam seus filhos sozinhos, matando vários leões por dia.

Esquecemos daquela mulher que, reunindo toda a força e coragem feminina, separou-se do marido por não admitir mais apanhar. Esquecemos ainda daquela família que resolveu adotar, dando amor e um lar àquela criança que até então só conhecia o abandono.

Enfim, se enumerarmos, vamos conhecer uma sociedade formada por inúmeros tipos de famílias, que só porque não configuram o estilo “família modelo”, não são e nunca serão piores do que as que atendem à moral e aos bons costumes.

Até porque, no fim das contas, muitas famílias que sustentam a imagem de modelo, no fundo, tem tantos podres a esconder, que fogem completamente do que seria de fato o correto a ser seguido.

E isto, leitores, é o verdadeiro falso moralismo. Um falso moralismo que esquece que, as minorias sociais não se resumem apenas a negros e homossexuais.

E esquece ainda que a sociedade muda cada vez mais e voltar à moda antiga de qualquer forma é impossível, para não dizer castrador.

Sair da versão mobile