O delegado de Polícia Federal Pedro Meireles, último a depor hoje, nas oitivas das testemunhas de acusação do caso Décio Sá, fez questão de usar as prerrogativas e a credibilidade da função de delegado para desacreditar as denúncias contra ele.
Em depoimento ao juiz Márcio Brandão, da 1ª Vara do Tribunal do Juri, ele usou relatórios da Controladoria-Geral da União para revelar que o ex-prefeito Vagno Pereira, o Banga, de Serrano do Maranhão, havia desviado 96% dos recursos.
– Este relatório mostra que 96% dos recursos foram desviados. Um documento como este mostra que uma denúncia de um ex-prefeito contra um delegado como eu, que faz as investigações sob conhecimento do superintendente, não pode ser levado em conta – foi o que disse Meireles, em linhas gerais, durante sua oitiva.
O delegado foi o único a depor com auxílio de documentos.
Ao juiz Márcio Brandão o delegado confirmou que a prisão de Banga, em uma de suas operações, se deu sem mandado.
– Foi em flagrante mesmo! – respondeu ele, lacônico.
O delegado disse ter sabido da morte do jornalista pelo Facebook, e foi ao local por curiosidade, ocasião em pôs a PF à disposição, depois de ter falado com o superintendente local.
Além de Pedro Meireles, também depôs hoje o ex-vice-prefeito de Barra do Corda, Aristides Milhomem, último a falar com Décio, por telefone, exatamente na hora dos disparos de Jhonatan de Souza.
Na semana que vem, começam as oitivas com as testemunhas arroladas pela defesa, a maioria policiais.
Só após estas audiências, serão ouvidos os acusados…