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Só doutores melhoram a qualidade de ensino?

Quando há doutores para se contratar, sim.

A Presidente Dilma Roussef sancionou a Medida Provisória nº 614(MP), que altera a Lei nº 12.77, de dezembro de 2012 e dispõe sobre a estrutura do Plano de Carreiras e Cargos de Magistério Federal.

Pela MP, os professores deverão ingressar não mais com mestrado, mas com doutorado, só se admitindo exigência menor nos concursos mediante decisão do Conselho Universitário.

Um alarmismo tomou conta dos mestrando a essa informação. Como se apenas doutores irão dar aula daqui em diante.

E pior, como se isso não deveria ser um incentivo para se especializar e melhorar a qualidade de ensino nas universidades pública. Porque, sim, a qualidade evolui e muito.

Mas alguns preferem só reclamar.

Marco Aurélio D'Eça

3 Comments

  1. Caro Marco:

    Seria ignorância dizer que o doutorado não contribui para a melhoria da qualidade do ensino, mesmo o o ruim, notadamente os feitos fora do Brasil, como Argentina, Paraguai etc. piores que muitas graduações feitas em universidades brasileiras. Não se pode, no entanto, jogar na lata de lixo profissionais com uma prática consolidada no mercado. Até porque muitos desses profissionais substituíram, com competência, professores enquanto estes estavam se qualificando.
    Ademais, a medida no sentido de permitir que somente doutores possam se submeter a concurso para professores universitários contribuirá enormemente para a exclusão de nordestinos nas cátedras das universidades públicas. Na região, têm-se poucos doutores o que, então, não atende a demanda das instituições de ensino superior que serão obrigadas a aceitar em seus quadros profissionais das demais regiões (as ricas). Não se sabe se isso é democrático.
    O mesmo vale para as vagas destinadas a estudantes egressos do ensino médio, via Enem. Se se considerar que o ensino, no Nordeste, é pior que o do Sudeste haverá momentos em que os nordestinos estarão fora das universidades públicas. As vagas da Ufma, por exemplo, dificilmente serão preenchidas por maranhenses.
    Necessária, então, uma reflexão por parte da sociedade no que diz respeito às medidas excludentes adotadas pelo Governo Federal.

  2. Mais uma tentativa de elevar o nível de nossas universidades federais. Vamos ver no que vai dar. Entretetanto, a educação no nosso país está longe de alcançar o patamar desejado, pois as medidas devem ser tomadas na educação básica, esta sim, está na UTI.

  3. Soma-se a isso a ‘flexibilização” para a entrada de estrangeiros para ocupar as vagas abertas no mercado.
    O País precisa mudar, no entanto, medidas dessa natureza só vai contribuir para alargar ainda mais o fosso que separa o mundo acadêmico do mundo real.
    No mundo civilizado os DOUTORES estão dentro das corporações, das empresas e nos mais diversos segmentos empresariais onde as idéias são transformadas em produtos e serviços, suprindo, assim, as necessidades das pessoas e do mercado, inclusive a do mundo acadêmico.
    Não adianta colocar alguém com todos esses atributos(mestres/doutores) se o indivíduo não tem vocação para o magistério e nem tão pouco conhece a realidade do mundo.
    Vamos aguardar para vê que bicho vai nascer com essas medidas.

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