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Acerto financeiro da morte de Décio Sà foi feito no escritório de Ronaldo Ribeiro, diz Ministério Público…

Relatório da denúncia encaminhada ao Tribunal do Juri pelo promotor Luiz Carlos Corrêa Duarte, e obtida com exclusividade por este blog, revela o grau de participação do advogado na trama de execução do jornalista.

 

Ronaldo Ribeiro em seu escritório: local do acerto da morte de Décio, segundo o MP

O advogado Ronaldo Henrique Santos Ribeiro está denunciado na morte do jornalista Décio Sá pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e quadrilha hedionda. Até agora, no entanto, não se conhecia dados concretos da sua efetiva participação na trama.

Este blog teve acesso ao relatório da denúncia do Ministério Público à Justiça.  No documento, o promotor Luiz Carlos Corrêa Duarte detalha a participação de Ribeiro, revelada agora pela primeira vez na imprensa.

Além de atuar como consultor jurídico da quadrilha, segundo o MP, Ronaldo Ribeiro cedeu seu escritório, no dia 9 de maio de 2012, para uma reunião do bando, onde, segundo o MP, foi feito o acerto financeiro da morte de Décio e de Fábio Brasil.

A polícia chegou à reunião por meio de grampo telefônico dos policiais Alcides Nunes da Silva e Joel Durans Medeiros.

– Por existir nos presentes autos medida cautelar de quebra de dados e interceptação telefônica possibilitou que fosse verificada a fatídica reunião realizada na data de 09/05/2012 no escritório do advogado Ronaldo Henrique, onde ali se reuniram diversos indiciados, entre os quais Gláucio,  Júnior Bolinha, Buchecha, Ronaldo Henrique e os investigadores Alcides e Durans. Tal reunião tinha por escopo tratar as questões relativas ao acerto financeiro sobre os rimes de morte que foram determinados pela quadrilha, onde foram vitimados Fábio Brasil e Décio Sá – diz o relatório do Ministério Público, em sua página 33.

Observe que a reunião ocorreu, segundo o documento, no dia 9 de maio, 16 dias depois do assassinato de Décio Sá.

A quadrilha que matou Décio, segundo o MP: sala reservada com Ribeiro

Nesta época, os envolvidos no crime já estavam sendo monitorados, a exemplo dos dois policiais civis. Tanto que, em outro telefonema grampeado, Gláucio Alencar avisa Buchecha que “telefones das pessoas envolvidas na trama para matar Décio Sá estariam sendo interceptados” (página 39 do relatório do MP).

A polícia ouviu também Buchecha sobre a reunião no escritório do advogado. O acusado disse ter ido ali para tratar “sobre negociações de veículos com Ronaldo Ribeiro”. Mas o Ministério Público não tem dúvidas das razões da presença de Buchecha no local:

– Ele ali se fazia presente para acompanhar Júnior Bolinha no recebimento do dinheiro acertado nas mortes de Fábio Brasil e de Décio Sá – diz o documento asinado pelo promotor Luiz Carlos Duarte. (pg. 39 do relatório)

No relatório encaminhado à Justiça, o Ministério Púlico chega a repreender a postura de Ronaldo Ribeiro:

– Ressalta-se que o indiciado Ronaldo Henrique, na data de 09/05/2012 presencia a estranha reunião que ocorrera no seu local de trabalho, observa uma “suposta” ação policial e nada faz. Ao contrário, incentiva Gláucio a dar naquela ocasião a quantia de R$ 10.000,00 (dez mil reais) para livrar-se daquela situação. Providência legal nenhuma tomou o indiciado Ronaldo Henrique sobre esse fato – diz o relatório, às páginas 30 e 31.

Esta, portanto, é a participação do advogado Ronaldo Ribeiro, segundo a polícia e o promotor Luiz Carlos Duarte, na trama para matar o jornalista Décio Sá.

De quem ainda se declara ter sido amigo de infância…

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