Ícone do site Marco Aurélio D'Eça

Pedro Meireles é condenado à prisão por crime eleitoral…

Citado no assassinato do jornalista Décio Sá e investigado como suspeito de envolvimento com quadrilha de agiotas, delegado federal prejudicou a investigação ao se recusar a entregar relatórios de escutas telefônicas que poderiam comprovar compra de votos do então candidato João Castelo (PSB), nas eleições de 2008.

 

Del. Pedro Meireles: mais um problema na Justiça

O delegado de Polícia Federal Pedro Meireles foi condenado a 3 meses de detenção na Justiça Eleitoral.

Ele foi denunciado pelo Ministério Público por ter prejudicado uma investigação de crime eleitoral, ao não entregar os relatórios de interceptações telefônicas de suspeitos de compra de votos nas eleições municipais de 2008, em São Luís.

A sentenção, assinada pelo juiz Jesus Guanaré de Souza Borges, foi dada no início de maio.

Enquadrado no Artigo 347 do Codigo Eleitoral, Meireles também vai pagar dez-dias multa, equivalente a 1/3 do salário mínimo. Ele já recorreu da sentença ao pleno do Tibunal Regional Eleitoral

O fato

Durante a campanha de 2008, a Justiça Eleitoral recebeu denúncia de que o então candidato do PSDB, João Castelo, estaria comprando votos em São Luís. Foi determinada a quebra do sigilo telefônico de vários aliados do candidato, o que ficou sob a responsabilidade do delegado Pedro Meireles.

Ocorre que ele nunca entregou os relatórios da investigação ao juiz eleitoral, apesar dos vários pedidos para que o fizesse.

– O acusado deixou de enviar, como era sua obrigação, o resultado de interceptação telefônica autorizada pelo Juizo Eleitoral, diligência esta necessária para apuração de possívbel captação ilícita de votos, descumprindo ordem judicial que determinou essa remessa reiteradas vezes, prejudicando a invetigação, posto que tal diligência referia-se ao pleito de 2008 – diz a denúncia do Ministério Público, acolhida pelo juiz.

Com a retenção dos dados dos grampos telefônicos, Meireles acabou beneficiando os acusados.

Réu Primário

Apesar de ser pequena –  e de ser pouco provável que o delegado vá mesmo cumpri-la – a condenação, assim que transitar em julgado, tira de Pedro Meireles a condição de réu primário.

O delegado foi citado nas investigações do assassinato do jornalista Décio Sá e é investigado sob suspeita de fazer parte de uma suposta quadrilha de agiotas, comandada por Gláucio Alencar, preso como mandante da morte de Décio.

Após ser denunciado pelo MP, Meireles tentou trancar a ação, alegando prescrição do crime. Também não aceitou a transação penal ofertada e se recusou a ter a pena transformada em prestação de serviços e limitação de fim de semana.

E ainda não deu notícias das escutas telefônicas – que, aliás atingiram vários aliados e ex-aliados do ex-prefeito João Castelo.

Mas esta é uma outra história…

Sair da versão mobile