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Os direitos dos gays e o dia a dia no Brasil…

Um dos argumentos dos evangélicos e católicos fundamentalistas para se posicionar contra a união homoafetiva é o suposto temor de que, liberado no país, o casamento gay irá deturpar o funcionamento da sociedade, “historicamente acostumada ao relacionamento natural homem/mulher”.

Esta pseudo-teoria é usada também por todo tipo de cretino que se esconde por trás do tripé “Tradição, Família e Propriedade” – de adúlteros a pedófilos; de agressores de mulheres a praticantes de swing e orgias.

Ora, os gays já se “casam” muito antes de o Supremo Tribunal Federal reconhecer a legalidade das uniões homoafetivas.

E nada mudou na sociedade por causa disso – nem melhorou nem piorou.

As famílias ditas “tradicionais” continuam crescendo e prosperando, criando seus filhos, educando e seguindo a vida normalmente. Nenhum filho de casal gay tornou-se gay apenas por que o pai ou a mãe o são – ou pai e pai; ou mãe e mãe, o que sejam.

Os líderes evangélicos se opõem ao casamento gay pura e simplesmente por que este é o seu negócio. Os tais bispos, apóstolos, reverendos e pastores defendem uma espécie de “reserva de mercado”: querem garantir que seu negócio não irá falir com uma possível debandada de fiéis.

Sem competência para manter o “rebanho” na doutrina de sua igreja, estes “líderes” tentam recorrer ao próprio Estado. Querem que o Estado use sua força para obrigar as pessoas a seguir dogmas que eles não tiveram competência de fazê-las seguir.

E jogar uma pecha de praga social em avanços como o casamemto gay, a legalização do aborto e a liberação da maconha é só uma das formas de forçar o Estado a assumir a causa.

Mas, como se disse, este é o ofício destes “líderes”.

E os cretinos? Os cretinos, como todos os infames, vão na onda da moralidade para esconder o próprio escárnio.

Geralmente, um anti-gay é também um inimigo do casamento monogâmico, um explorador de mulheres, um pedófilo ou um “feitor” de três ou quatro famílias ao mesmo tempo.

Querem mostrar “moral e bons costumes” para esconder a própria imoralidade.

Os gays são gays por que assim o são, não por escolha ou opção. São por que é esta a sua condição sexual. E como tal, devem ser respeitados em sua individualidade – assim como são respeitados homem e mulher, criança e adolescente, idosos…

Dar direito a esta minoria não tornará a sociedade mais ou menos gay; nenhum heterossexual será prejudicado por isso. Ninguém passará a ver gays transando em praça publica – assim como não se costuma ver casais ditos “naturais”.

Brigar contra esta realidade social é um atestado de ignorância cultural, intolerância social e boçalidade religiosa.

Reflete, de fato, a consciência do chamado “homem natural”,  aquele troglodita ancestral, que vivia nas cavernas.

Mas isso há milhões de anos…

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