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A carta de Júnior Bolinha e a errada postura de Aluísio Mendes…

Aluísio: rigor com Cutrim que não teve em outros pontos do inquérito

Dos muitos erros e atropelos do secretário de Segurança Pública Aluísio Mendes, e sua equipe, na condução do caso Décio Sá – deliberados ou por incompetência – a manutenção em sigilo da carta que recebeu de Júnior Bolinha é um dos mais graves.

Como gestor da segurança no Maranhão e como investigador do caso Décio, Mendes tinha obrigação de oficializar o documento, fosse como parte do relatório policial, fosse como prova da tentativa dos acusados de se safar.

O que ele não podia era esconder evidência tão importante, sem ao menos investigar a veracidade das informações.

Aluísio Mendes não tem autoridade para decidir quem é inocente ou culpado apenas baseado nas relações de amizade dos citados em investigações.

E no caso Décio, o que ele fez foi decidir por si só o que merecia ou não investigação.

A carta de Júnior Bolinha é só um exemplo, mas há muitos outros neste caso, que a cada dia parece mais nebuloso aos olhos da sociedade maranhense.

Aluísio Mendes esnobou informações, deu de ombros para detalhes importantes e agiu, ao que parece, movido pelas questões pessoais alheias à investigação.

Um exemplo são as ligações de Bolinha para o empresario Pedro Teles, no dia do assassinato e no dia seguinte. Outro exemplo é a carta em que Bolinha fala da reunião do Grand Cru, citando nominalmente o empresário marcos Regadas – detalhe que, aliás, já havia surgido nas investigações.

O desleixo com que o secretário tratou as duas questões não foi o mesmo em relação ao deputado Raimundo Cutrim (sem partido), por exemplo. Nesta questão, Aluísio Mendes agiu com um rigor desproporcional à importância da citação do parlamentar no caso.

Teria sido por que Cutrim não é seu amigo – ou amigo dos seus amigos, como parecem ser os outros dois citados?

Lamentável que o caso ganhe toda esta nebulosidade por que o comandante da investigação não tenha conseguido separar suas relações pessoais do trabalho que deveria fazer.

Espera-se agora que o Ministério Público assuma o caso e destrinche todos os pontos nebulosos.

Fazendo aquilo que a polícia já deveria ter feito…

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