Muita gente ainda estranha o fato de o PPS reforçar, a cada gesto, a intenção de ter a deputada Eliziane Gama como candidata a governadora.
Mas a história recente dá razão ao PPS.
Nesta curta jornada como líder oposicionista, o chefão comunista Flávio Dino não respeitou o PPS mesmo tendo o PPS como aliado incondicional.
Em 2010, Dino só teve condições de ser candidato a governador por que teve o apoio dos popular-socialistas.
Jackson Lago (PDT), então líder da oposição, fez de tudo para ter o partido que sempre esteve ao seu lado, mas a legenda optou por indicar a professora Miosótis Lucio como vice do comunista.
Só por isso Flávio Dino teve condições de disputar o governo. Só assim Flávio Dino pôde ampliar o seu nome no interior do estado.
Mas Flávio Dino não honrou o gesto do PPS.
Em 2012, o PPS tinha Eliziane Gama como candidata a prefeita. E ela foi enganada pelo comunista, que tentou miná-la até o último minuto.
Com Edivaldo Júnior (PTC) já escolhido candidato desde o ano anterior, Dino mentiu que apoiaria Eliziane Gama, mantendo-a amarrada ao seu projeto de poder até o último momento, quando decidiu-se por Holandinha.
Mesmo assim, Eliziane disputou as eleições e chegou a um excepcional terceiro lugar, emergindo como força independente na capital maranhense.
Este é o passado recente da relação do PPS com Flávio Dino.
E é este o seu futuro.
Como candidata a governadora, Eliziane Gama tem chance de polarizar a disputa e até sonhar com um eventual segundo turno. Mas, ainda se não der, ela emerge das urnas com possibilidades reais de vencer a eleição de São Luís em 2016 – sobretudo pela absoluta incapacidade gerencial já demonstrada pelo atual prefeito.
O passado, como se viu, já mostrou que ela não tem por que apoiar Flávio Dino. O futuro também mostra.
Numa aliança com Dino, se resignando a uma mera candidatura de deputada federal, Eliziane estará automaticamente adiando para 2020 o seu sonho de ser prefeita.
Se vencer a eleição para o governo, Flávio Dino ficará mais forte para apoiar a reeleição de Holandinha. E Eliziane dança em suas mãos outra vez.
Se perder, o comunista tem dois caminhos: apostar todas as fichas na reeleição do aliado e tentar o governo novamente em 2018 ou, o mais provável, resolver ele próprio disputar a prefeitura contra o pupilo.
Neste caso, Eliziane também dança.
Política é isso. O passado mostra como deve ser o posicionamento no futuro.
Mas para isso, é preciso ter coragem e desprendimento, como já dito aqui.
E líderes – os verdadeiros – não precisam de mandato…