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Quando não há como meter o Sarney no meio, ninguém reclama das coisas abomináveis no Maranhão

Por Roberto Kenard

Quando republiquei o depoimento de um médico cubano que conseguiu fugir de Cuba (o paraíso é tão bom que as pessoas arriscam a vida para fugir de lá) e hoje tem cidadania brasileira, o caro leitor Martinho escreveu o seguinte comentário com a ironia inteligente que o caracteriza:

– Caro Kenard, desculpe fugir do tema, mas é que há pouco vi uma notícia que vai mudar o curso da história política da nossa cidade. Talvez, do país. O vereador Beto Castro(parece que é esse o nome) foi cassado. Parece que é pela razão de ter uns 5 ou 6 cpf’s e 2 ou 3 títulos de eleitor. Vai assumir o vereador Carioca, que dizem só ter 2 cpfs e apenas 2 títulos. Ou seja, o Parlamento perde uma espécie de Aurélio Buarque mas ganha uma espécie de Darçy Ribeiro. Tá tudo na mesma. Viva o nosso Parlamento! Grande abraço!

A resposta que dei a ele se encontra no comentário ao post “Médico cubano diz que apoiar o governo de Cuba é sujar as mãos de sangue”. Só que achei o tema importante, afinal já havia escrito sobre. É o seguinte: temos na Câmara de São Luís um tal de vereador Beto Castro, do bravo PRTB. Ele é acusado de ter várias identidades. O primeiro suplente é também do bravo PRTB, chama-se Carioca, conhecido agiota com passagem pela polícia por conta de briga com um pai e um filho blogueiros. Carioca, segundo é sabido, tem ligações com os agiotas do caso do assassinato do jornalista Décio Sá. Bandido é sempre amigo de bandido, não é mesmo?

Bom, por achar o tema importante, e provocado pelo leitor-amigo, reproduzo aqui no espaço principal do blog a minha resposta ao comentário de Martinho:

Resposta do Blog: Também fiquei sabendo da notícia, como havia escrito sobre a possibilidade de sair o falsário e entrar o agiota, dei de ombros. Certa feita, meu caro, escrevi na minha coluna no Diário da Manhã, que Sarney nos faz o mal até quando é inocente. Claro, os idiotas da oposição não entenderam nada. Houve até quem dissesse: “Sim, esse Sarney é culpado por tudo isso”. O que eu dizia, por vias transversas: escolhemos Sarney como álibi e, a partir daí, tudo era permitido, porque a culpa sempre seria dele. Quando escrevi sobre essas duas figuraças (encontra-se nos arquivos), disse que ninguém criticava a possibilidade de termos um falsário substituído por um agiota. E a razão era simples: como não havia a possibilidade de culpar o Sarney, então o assunto não nos interessava. Assim, o Maranhão convive com os piores tipos de práticas políticas, administrativas e de conduta moral. Se não há como meter o Sarney no meio, bom, então não há do que reclamar.

Marco Aurélio D'Eça

One Comment

  1. Vejo que voces Sarneysistas, estão sofrendo com a síndrome de vira-latas. Isto tem tratamento. Voces quando não perseguem se fazem de vitimas, o que mais pode ser? o diagnostico é claro!

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