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Crack: a droga dos mortos-vivos…

cracolândiaParte das imagens que compõem este post trazem cenas de ficção do cinema. São sets do filme “A Noite dos Mortos-Vivos”.

A outra parte apresenta cenas reais, do dia-dia das grandes cidades brasileiras – incluindo São Luís – assoladas pela epidemia do crack.

Andar por uma área de cracolândia é como estar na cidade abandonada do filme que foi sucesso nos anos 80.

É um problema urgente, grave e ainda sem controle.

mortos-vivos2Pessoas que vagam dia e noite, alucinadas e famintas, seja pela rua Riachuelo no João Paulo, seja nos sinais do retorno da Forquilha, são como os zumbis que atacam os desavisados em busca de um pouco de qualquer coisa para aplacar  a dor de estar morto.

Os usuários de crack são mortos-vivos, e a sociedade precisa ter consciência disso.

Estão a vagar por que perderam a noção do que é estar vivo. Precisam de alimento para o corpo e para a alma.

cracolândia2E o problema não se resolverá apenas com os “rapas” rotineiros nas cracolândias da vida. Faltam políticas públicas efetivas para enfrentar o problema na base.

Falta o envolvimento de todos o setores – não só a segurança, mas a saúde e os serviços sociais de governos, ONGs, igrejas e sociedade civil organizada.

Os mortos-vivos do crack não desaparecerão apenas fechando o vidro fumê dos carros.

NIGHT OF THE LIVING DEAD, 1968Também não deixarão de existir evitando-se a passagem pelos locais de concentração dos zumbis.

É preciso ter a consciência de que eles estão logo ali. E como no cinema, são capazes de se replicar, à medida que uma nova vítima sucumbe á necessidade do crack.

Acabar com o ciclo desde o seu nascedouro é a única forma de se livrar do terror.

É isso ou ficar isolado dentro de casa.

Com os zumbis à espreita, rondando a vizinhança…

Post publicado originalmente em 10 e maio de 2013; republicado devido ao novo debate nacional sobre o crack

 

Marco Aurélio D'Eça

4 Comments

  1. Realmente vc foi magnifico neste texto associando a ficção a realidade.Bem colocado que o sangue que estes pecisam para sobreviver é a própria droga o crack.Esta na hora dos governos executivos ter uma politica voltada exclusivamente para esta área pois cresce absurdamente o número de viciados , consequência : cidade degradada de viciados nas ruas e traficantes aumentando seus rendimentos e matando não só seu concorrente , porém o próprio viciado seja por mais droga ou a bala quando este deixa de pagar seu débito , pois isso Sr. Secretário Aluizio Mendes os assasinatos não são virtuais pois não é traficante matando traficante e sim antecipando a morte dos mortos vivos alheios a falta da ação social do governo

  2. Marco,
    Tenho acompanhado diáriamente seuss comentário, quero neste momento lhe parabenizar pela bela descrição que voce faz neste momento sobre o uso do CRAK, e também com ela é colocada, provocando (solicitando) a sociedade e as autoridades competente para compatilhar deste grande desafio que se apresenta aos jovens, tanto da classe baixa, média e alta. Na minha epoca(e já faz muito tempo) não se convivia com esta DROGA, hoje nossos governantes têm, e precisam acordar para o problema. Parabéns Marco, acho que chegou a hora de sacudir a sociedade para encarar de frente o problema, que não é só no Brasil, e sim,em todo o Mundo.
    Um abraço

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