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Coisa de província…

É assim que fica a parte externa do TJ em dias de “festa”: curiosidade

Em nenhum outro lugar do Brasil, posse ou nomeação de desembargador gera tanta notícia e ganha tanto espaço na mídia quanto no Maranhão.

Aqui, as ações do Tribunal de Justiça, disputas por vaga na Corte e nomeação de magistrados parecem uma festa  colonial, em que os homens envergam suas perucas e cartolas e as mulheres com seus longos esfuziantes e brilhantes.

Coisa de província.

Nomeação e posse de desembargador deveriam ser tratadas apenas como o que é: uma ação administrativa do Tribunal de Justiça, restrita aos seus salões e com a mais absoluta discrição que o cargo requer.

É impressionante ver a euforia de políticos, advogados, outros operadores do Direito e até jornalistas entusiasmados, querendo descobrir as chances de Fulano ou Beltrano de ser nomeado para o Pleno.

Nos dias que antecedem este tipo de escolha até almoços são regados às conversas sobre o futuro desembargador ou as chances de tal magistrado de chegar ao comando do TJ.

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E não faltam ilações sobre o patrimônio de magistrado tal ou a riqueza de certo advogado, que é ligado a um dos possíveis escolhidos.

Discussões provincianas mesmo.

O problema é que as escolhas na Justiça – que deveriam ser meramente administrativas – passaram a se transformar em disputas políticas de grupos.

A intensidade dos holofotes na Corte de Justiça maranhense só servem para gerar distorções como as que ora ocorrem: o Maranhão é o estado com o maior número de magistrados a responder processos no Conselho Nacional de Justiça – incluindo um desembargador já aposentado e outro a caminho disto.

O interesse da imprensa – e dos operadores do Direito – deveria ser apenas no que diz respeito a julgamentos, ações e processos, seus desvios e arrepios.

Este blog mantém o interesse na Corte de Justiça apenas aos fatos que entende ser de absoluto interesse público.

Posses, nomeações e sessões solenes são deixados para o devido lugar.

Que são, no máximo, as colunas sociais…

 

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