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Coisa de província…

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É assim que fica a parte externa do TJ em dias de “festa”: curiosidade

Em nenhum outro lugar do Brasil, posse ou nomeação de desembargador gera tanta notícia e ganha tanto espaço na mídia quanto no Maranhão.

Aqui, as ações do Tribunal de Justiça, disputas por vaga na Corte e nomeação de magistrados parecem uma festa  colonial, em que os homens envergam suas perucas e cartolas e as mulheres com seus longos esfuziantes e brilhantes.

Coisa de província.

Nomeação e posse de desembargador deveriam ser tratadas apenas como o que é: uma ação administrativa do Tribunal de Justiça, restrita aos seus salões e com a mais absoluta discrição que o cargo requer.

É impressionante ver a euforia de políticos, advogados, outros operadores do Direito e até jornalistas entusiasmados, querendo descobrir as chances de Fulano ou Beltrano de ser nomeado para o Pleno.

Nos dias que antecedem este tipo de escolha até almoços são regados às conversas sobre o futuro desembargador ou as chances de tal magistrado de chegar ao comando do TJ.

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Sessão no TJ: verdadeiros acontecimentos festivos

E não faltam ilações sobre o patrimônio de magistrado tal ou a riqueza de certo advogado, que é ligado a um dos possíveis escolhidos.

Discussões provincianas mesmo.

O problema é que as escolhas na Justiça – que deveriam ser meramente administrativas – passaram a se transformar em disputas políticas de grupos.

A intensidade dos holofotes na Corte de Justiça maranhense só servem para gerar distorções como as que ora ocorrem: o Maranhão é o estado com o maior número de magistrados a responder processos no Conselho Nacional de Justiça – incluindo um desembargador já aposentado e outro a caminho disto.

O interesse da imprensa – e dos operadores do Direito – deveria ser apenas no que diz respeito a julgamentos, ações e processos, seus desvios e arrepios.

Este blog mantém o interesse na Corte de Justiça apenas aos fatos que entende ser de absoluto interesse público.

Posses, nomeações e sessões solenes são deixados para o devido lugar.

Que são, no máximo, as colunas sociais…

 

Marco Aurélio D'Eça

16 Comments

  1. Foi assim – com influência política e grande – a escolha de um bello juiz para o cargo de desembargador. Teve que beijar a mão de um inimigo antigo e fazer alguns agrados.

  2. Deça,

    Sempre pensei a mesma coisa. Infelizmente, como advogado, não é de bom alvitre tecer tais comentários em público, sobretudo, diante de provincianos desesperados por alguma vantagem advinda da escolha de um novo membro da corte. Acho que a incompetência ajuda a causar este tipo de conduta vista na foto postada. Triste!

  3. Que esses novos desembargadores,apesar da pompa da posse não se esqueçam em manter as quatro características que devem ter em mente:ouvir cortezmente, responder sabiamente, ponderar prudentemente e decidir imparcialmente. Agindo sabiamente,teremos um judiciário melhor.

  4. Caro deça, respeito sua opinião, entretanto, descordo da mesma, visto que o cargo de desembargador é de suma importância para população, sobretudo por ser a corte suprema do Estado, sendo, desta forma, o interesse de todos a referida escolha ao tribunal. Espero que os magistrados em comento possam fazer diferente no exercício de suas funções , priorizando a justiça e a ética. Um grande abraço respeitável jornalista!

  5. Engraçado que, dia desses, você era um desses provincianos, louco pra dar em primeira mão – pode acessar seus próprios arquivos, que seria o próximo desembargador do TJ/MA. Fora ter se gabado dias, por ter ‘antecipado’ que seria o corretor de imóveis. Por favor, Marco. Menos…

  6. D’eça, vc disse tudo!! Um post mais do que lúcido e que retrata o atraso a que o Maranhão encontra-se mergulhado… Tudo isso é um triste “espetáculo”, mas que ocorre em razão de que aqui subverteu-se o real significado do Poder Judiciário, que é o verdadeiro Estado Juiz. Por aqui o Judiciário resume-se a uma Corte (isso msm, Corte, herdada do Brasil Império), afetas a fanfarras, jogos mesquinhos de poder e a podridão corroendo as sua entranhas, ante ao atos não republicanos de muitos dos seus membros. Não me espanta a “horda”em frente ao TJ em dia de promoção, pois em razão de tais promoções, muitos mudarão de vida, quem nunca trabalhou vira advogado inteligentíssimo, reconhecido e bem relacionado e assim forma-se uma “corrente pra frente”que só suga o Maranhão e os maranhenses, num interminável Baile da Ilha Fiscal que, por aqui, efetivamente, não tem fim.

  7. Exatamente, marco aurelio. Acho graça é que a mesma tchurma que baba é a mesma que reclama da empafita e da prepotencia de alguns magistrados, como aquele ex-advogado q hj é desembargador por puro golpe de sorte…

  8. Marco concordo com você, ao tempo em que registro, que o Magistrado deve simplesmente trabalhar, pois é um servidor público, com a OBRIGAÇÃO de “servir ao público”. Se optou pela carreira que exerça e colha os bônus e os ônus, como TODOS nós simples mortais.

    Em todas categorias profissionais existem àqueles que pensam ser um “Deus”, mas graças ao nosso DEUS esta não é regra, mas sim uma exceção.

    OBS.: Desejo muito sucesso e discernimento aos novos Desembargadores, assim como lhes peço que sempre olhem para as Secretarias Judiciais e NÃO deixem JAMAIS qualquer Serventuário abusar no exercício da função.

  9. Blogueiro Marco d’Eça, vc está mais do que coberto de razões. É isso mesmo. Lembre que o presidente do STF, Joaquim Barbosa, criticou a participação excessiva de membros do judiciário em festas pomposas. Em São Luís, então, os magistrados adoram aparecer em festas. Os juízes acham que são deuses e os desembargadores tem certeza. É coisa provinciana mesmo. Nas festas, os juízes se misturam com os criminosos que podem um dia julgar. A eleição de um membro da alta corte virou um espetáculo quase circense. É o Maranhão do é dando que se recebe. Do puxassaquismo. Do beija mão. Nada mais do que isso. E quem não tem vinculo ou bom advogado, se arrebenta por conluios feitos nessas festas. Será que algum dia isso muda?

  10. Referente as festas de 15 anos, onde desde os primórdios era para apresentar a filha aos homens para que estes já apresentados tivessem interesse em cortejar a menina-mulher. Isso na visão de hoje não parece uma coisa errada? Porque continuam fazendo? Sociedade podre.

  11. Post brilhante, se o Estado do Maranhão é um lixo e a Cidade de São Luis é lixo do lixo, temos que ter uma justiça lixo.

  12. Quando você faz esse tipo de comentário é no mínimo por não ter sido convidado por não ter nenhuma influência ou prestígio neste Estado, por ter sido contrariado em alguma solicitação ou não ter nenhum acesso a esta Instituição.

    Resp.: Fui convidado para a sessão, meu caro. Mandei um repórter cobrir. Acompanhei muitas destas tolices, meu caro. E sempre critiquei. Fui convidado para muitas destas festas de gala – não só do TJ, mas da Assembleia e do Governo – me fui em muito poucas. E mesmo assim criticando. fui subsecretário de comunicação da assembleia e assessor de Comunicação do TJ. E igualmente criticava esta pompa provinciana. Isto é coisa de província, meu caro. Parecem aquelas festas de 15 anos do tempo do ronca, cheias de pompa e circunstância, mas tão ultrapassadas quanto os avós quatrocentões que geralmente as bancam. As pessoas elegantes, cosmopolitas e internacionalizadas (e isso não significa necessariamente viajadas…) não dão a mínima para estas bobagens.

  13. Marco,
    Parece até que o futuro nomeado irá fazer algum conluio com os “TORCEDORES” ´porisso que existem magistrados respondendo processos.
    Um abraço

  14. DOS MALES O MENOR,AFINAL DOIS GRANDES JUÍZES FORAM ELEVADOS A DESEMBARGADORIA DO NOSSO TJ. SE FORA UM DOS CANDIDATOS ARROGANTES COMO UM DESSES CANDIDATOS,QUE VIVEM TENTANDO HUMILHAR AS PARTES,AÍ EU TERIA OUTRO COMENTÁRIO A FAZER.E PARA CONCLUIR,TEM JUIZ NESSA FILA,QUE ÊH SÓ ESQUEMAO,E SE ACHA O TODO PODEROSO,EM UMA VARA ESPECIAL DA CAPITAL! O CARA ÊH UM MALAO,NÃO SÓ VISTO ASSIM POR UM QUEM NEM TRABALHA NO TJ,COMO PELOS PRÓPRIOS SERVENTUÁRIOS DE SEU GABINETE. E O CORREGEDOR(A) FAZ VISTAS GROSSA.O CNJ NÃO ESTÁ NEM AÍ. PODE MARCO?

    VEJAM NO GOOGLE: “JUÍZES ARROGANTES”

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