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“A insensibilidade é condenada contra o homem, mas tolerada quando se trata de animais”, desabafa cientista…

Estudante que castrava 30 leitões por dia e processou a faculdade para não dissecar animais é doutorando nos EUA em Centro de Alternativas aos Testes em Animais

 

“No começo, eu não queria aplicar uma injeção de suplemento de ferro em um leitão de 3 dias, mas em pouco tempo já castrava 30 deles diariamente sem me incomodar.”

A recordação é do hoje biólogo Róber Bachinski, de 27 anos, que aos 15 cortava com naturalidade bicos de galinha, rabos de porcos, extraia dentes de ovelha e castrava leitões sem anestesia em um curso técnico de zootecnia.

Ao ingressar na faculdade, Bachinski identificou a mesma frieza de comportamento em alguns colegas de classe.

Foi então que decidiu pedir à faculdade que lhe apresentasse alternativas de estudo ao uso de animais em algumas disciplinas. Com a recusa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), ele foi à Justiça e ganhou o direito de não dissecar animais vivos em sala de aula.

Hoje doutorando no Centro de Alternativas aos Testes em Animais na Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, o biólogo assegura que seus estudos não saíram prejudicados.

– Muitas universidades dos Estados Unidos e Europa já baniram as aulas com uso de animais – afirma.

O gaúcho acha que a banalização da vida nas universidades forma médicos e biólogos insensíveis.

– A insensibilidade é condenada contra o homem, mas tolerada quando se trata de animais.

 

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