Ícone do site Marco Aurélio D'Eça

Geraldo Castro e a lealdade de Edivaldo Jr. ao PCdoB

Por Gilberto Léda

O prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior (PTC), tinha pelo menos dois bons motivos para tirar o do PCdoB o controle sobre a Secretaria Municipal de Educação (Semed).

O primeiro deles foi o fracasso do partido de, em praticamente um ano, apresentar uma mudança efetiva no sistema educacional da capital. A exoneração de Allan Kardec – após um pedido que coincidiu com uma série de denúncias de má-gestão na pasta – foi uma espécie de atestado de incompetência da legenda.

Além disso, houve motivos pessoais. O pai do prefeito, ex-deputado Edivaldo Holanda (PTC), avalia que é hora de o filho se distanciar um pouco dos comunistas e chegou a sugerir nomes para que esse afastamento fosse o menos traumático possível.

Mas Edivaldo Júnior preferiu dar mais um voto de confiança ao PCdoB e nomeou Geraldo Castro, filiado ao partido. Foi, acima de tudo, leal ao projeto, e soube reconhecer a importância do partido para sua eleição. Entende que uma aliança que o fez chegar à Prefeitura não pode ser desmontada em dez meses, mesmo que por um insucesso administrativo.

Foi com esses argumentos, por exemplo, que acabou dobrando o pai – engana-se quem pensa que decisão provocou qualquer rusga na família.

A postura do prefeito, no entanto, gera uma carga de responsabilidade ainda maior sobre o novo secretário. Ele representa, agora, todo o partido e precisa atender aos anseios do petecista por respostas rápidas e, principalmente, concretas, que levem à população a sensação de que as coisas estão mudando mesmo na educação da capital.

Do contrário, levará para baixo não apenas os índices educacionais, mas a relação de Edivaldo Júnior com o PCdoB e, de outro lado, renovará as forças do pai dele, que, bom político que é, acompanhará de perto o desenrolar desse jogo.

Sair da versão mobile