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Casa estudantil: Puxões de orelha para os dois lados

Por Aline Alencar

Desde o início das manifestações do estudantes da UFMA, este blog procurou noticiar o fato mostrando as reivindicações e as propostas de ambos os lados.

Acompanhando a situação, vimos que a tensão foi grande e o impasse cada vez crescente, fazendo com que parecesse cada vez mais distante uma solução para o esperado desfecho.

O reitor, Natalino Salgado, finalmente cedeu e ofertou o local reivindicado para moradia aos estudantes, como estes almejavam.

Porém este é um problema que, mesmo resolvido, ainda merece um bom e velho puxão de orelha. Para os dois lados. Tanto para o reitor quanto para quem lidera movimentos estudantis.

Aqui, não se tira o direito dos estudantes de reivindicar, pelo menos aqueles que não levaram a causa como um simples embate partidário. O problema da moradia estudantil há anos se arrastava, passando de gestão em gestão. Com últimas as grandes obras na Universidade, vislumbrou-se finalmente que a casa estaria pronta para morar.

Contudo, o que se viu foi a transferência de um Núcleo já existente na UFMA para este novo prédio. Surpresa para muitos, sobretudo para os estudantes.

Não se tira também o direito de indignar, afinal são vários estudantes vindos do interior que, simplesmente, ficam sem incentivo para continuar os estudos na Universidade, pelo simples fato de não ter onde morar.

Porém, há que se admitir uma agressividade – já algum tempo incomodando até mesmo quem não era a favor do reitor – para não dizer uma grande birra em não querer acordo algum com a reitoria. Pior, a birra que aqui se pondera é o simples bater de pé em querer aquele prédio o quanto antes para morar.

Conseguiram a casa, porém não pensaram no futuro. Podemos apostar: em alguns meses outra manifestação será feita, dessa vez pedindo infraestrutura.

Ora, ainda que a expectativa em ter aquele prédio como moradia tenha sido apagada anteriormente, o prédio já está praticamente acabado. Não há como reverter mais em moradia: não há luz, água encanada, muito menos cômodos suficientes para um ser humano viver ali dignamente.

Além da falta de estrutura é colocar em risco a vida dos próprios estudantes caso fiquem com aquele local no momento em que eles pedem.

É algo arriscado demais para se ceder assim.

Do outro lado, o reitor ofertou a construção de um novo prédio para a moradia estudantil. Foi pedir demais para quem espera há muitos anos por algo, dito anteriormente, que só passa de gestão em gestão.

Obras demoram e, de caráter federal, pedem recursos. Ou seja, demandaria mais tempo para que a casa seja concluída. De fato, isso os estudantes não podiam esperar.

Já reclamar por uma casa estudantil dentro da UFMA, foge a realidade de São Luís: para se ter uma ideia, são poucos ônibus passando pela área do Bacanga, o que prejudicaria a locomoção destes para fora da Universidade. Não adianta reivindicar sem pensar no que virá pela frente.

Outra solução, além de uma nova casa estudantil, seria reformar a já existente. Há anos os veículos, em especial a Mirante, noticiam a situação deplorável da casa estudantil, situada na Praia Grande.

Enquanto tais obras fossem realizadas, a Universidade arcaria com o aluguel deste alunos.

Estas e várias sugestões poderiam resolver da melhor forma possível uma situação nem tão difícil assim. Bastasse conversa, vontade e sabedoria dos dois lados.

Porém a sensatez foi vencida no grito e na pressão. Apenas.

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