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A força do lulismo

Editoria de arte/Folhapress

Por André Singer, da Folha de S. Paulo

Os resultados da última pesquisa Datafolha mostram que caminhamos para o terceiro pleito presidencial sob o signo da polarização social. A dianteira que a candidata lulista tem sido capaz de manter está sustentada sobre o voto dos mais pobres, sendo nítida a desvantagem que leva entre as camadas de maior renda.
Editoria de arte/Folhapress

Conforme se pode ver no quadro à direita, a distância entre o apoio que Dilma Rousseff recebe nos extremos alto e baixo de rendimento alcança 22 pontos percentuais. Trata-se exatamente da mesma diferença registrada às vésperas do primeiro turno de 2010.

Passados três anos de governo, os eleitores da área superior de ingresso parecem ter feito um giro completo para voltar ao mesmo lugar de onde saíram. Primeiro houve um encantamento com a presidente, quem sabe pela imagem da faxina. Depois veio a decepção, talvez em função do efeito combinado do julgamento da ação penal 470 e de alguma deterioração econômica. Por fim, voltou a rejeição, que já é marca registrada desde 2005.

Enquanto isso, os mais pobres ficaram alinhados ao lulismo. É certo que durante os acontecimentos de junho houve uma retração temporária no segmento fiel. Logo depois das manifestações, Dilma sofreu uma queda de 20 pontos percentuais na intenção de voto entre os mais pobres. Porém, após quatro meses, recuperou 70% deles, enquanto que só cerca de 30% dos que dispõem de maior riqueza voltaram a apoiar a presidente após afastar-se. A previsão de que a perda de sustentação ocorrida no bojo dos protestos seria apenas um soluço vai se confirmando na base da pirâmide.

Em consequência, a um ano do pleito o quadro lembra o da última disputa. A soma das intenções de voto em Marina e Aécio por faixa de renda é parecida à que a postulante ecologista reunia com José Serra um triênio atrás. Com a diferença de que, já tendo concorrido à Presidência, Marina encontra-se à frente do pré-candidato tucano, menos conhecido.

Mantida a tendência atual, com Marina no lugar de Campos, Dilma chegará em primeiro lugar no domingo, 5 de outubro, mas haverá segundo turno. As incógnitas giram em torno de quem será o adversário do lulismo no último round e o quanto ele ou ela conseguirá reter dos votos dado ao terceiro colocado.

Marco Aurélio D'Eça

4 Comments

  1. É caro Décio…apesar dos pesares…essa turma do Lula foram os únicos a fazer alguma coisa por esse povo menos aquinhoados…seguirei com eles…pois os que estão ai postulando a Presidência…são os “NOVOS” com as velhas práticas.

  2. Essa máxima é velha. Quanto menos esclarecimento mais sujeição. O retrato mais fiel disso é o Maranhão, onde os sarneys usam a pobresa e a falta de conhecimento do povo para esses quase 50 anos de engano. Eles apostam na ignorância do povo para manter essa ditadura. Da mesma forma Lula e sua tropa de enganadores apostam nos mais ignorantes para se manter no poder!

  3. É por isso que eles deixam o povo na pobridão, para poder manipula-los. Ao mais famoso estilo José Sarney.

  4. Tem muito agua pra rolar por debaixo dessa ponte…essa copa do mundo se o PT nao arrumar alguma desculpa pra cancelar, o que eh impossivel, pode passar do maior cabo eleitoral do PT, para a virada da oposiçao cm as grandes manifestaçoes que irão ocorrer, e como sera no pé da eleioçao a Dilmona vai ter trabalho pra reverter a rejeiçao. Vao ser duas vitorias da democracia, o grande expurgo da familia sarney do Maranhao, e a redemocratizaçao do Brasil (hj vivemos uma demagogia) qd o PT será derrotado nas urnas.

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