Diante da crise da Segurança Pública – que mobiliza opiniões e movimentos políticos no Maranhão e fora dele – a estranha postura de um de seus atores tem chamado a atenção deste blog.
César Bombeiro – que apesar do nome é agente penitenciário e um dos comandantes do sindicato da categoria – tem ação abertamente política e de enfrentamento ao governo e ao sistema prisional.
Seja nos bastidores da atividade no Complexo de Pedrinhas, seja no envolvimento com partidos e líderes políticos.
César Bombeiro é ligado ao PT – partido pelo qual foi candidato a vereador – e ao PCdoB.
Na campanha de 2012 apoiou o então candidato Edivaldo Holanda Júnior (PTC) sob orientação do chefão comunista Flávio Dino. Chegou a posar com o dois em várias imagens.
E estava na reunião do controverso Comitê Militar de apoio a Holandinha, que quase levou às favas a candidatura do atual prefeito.
Mas a ação do sindicalista é muito mais intensa no ambiente turbulento de Pedrinhas do que se imagina.
Foi César Bombeiro, por exemplo, quem repassou ao juiz Douglas Martins o vídeo fraudulento de um suposto detento de Pedrinhas com a perna rasgada, citado no relatório do juiz ao CNJ, e que acabou por desmoralizar o documento.
– Recebi as imagens do César Bombeiro e, para não correr o risco de pecar por omissão, coloquei-as no relatório – disse o juiz ao jornal O Imparcial.
Foi o sindicato controlado por Bombeiro quem também repassou ao jornal Folha de S. Paulo o vídeo com imagens de presos mortos e decapitados dentro do complexo.
E aí vem o detalhe que chama a atenção: o vídeo, segundo a própria Folha de S. Paulo, foi feito pelos próprios detentos. (Leia qui)
Pergunta-se: como César Bombeiro teve acesso a um vídeo feito por detentos? E quem deu o celular aos detentos para fazer a filmagem?
Pelo que se lê no jornal paulista, os presos tinham mesmo a intenção de fazer o vídeo para ser divulgado. Tanto que uns orientam os outros sobre enquadramento, o que sugere uma orientação externa para a filmagem.
César Bombeiro, o servidor público penitenciário, ativista sindical, o militante político, tem, portanto, que explicar claramente como se movimenta dentro do Complexo de Pedrinhas.
E é a partir dele que se poderá encontrar as causas das ações marginais no presídio.
É simples assim…
Leia também:
Sindspen precisa explicar como teve acesso a vídeo feito por presos de Pedrinhas
E agora, o que acontece com César Bombeiro???