Até agora navegando nas ondas do favoritismo na disputa eleitoral maranhense, o chefão comunista Flávio Dino pode ter cometido ontem o maior erro de sua campanha.
A aliança com o PSDB – que o força a abrir palanque para o candidato do partido a presidente, Aécio Neves – tira de Dino um dos trunfos de sua trajetória: a relação com a presidente Dilma Rousseff e com o PT.
Dino deve ter sido movido pela raiva de ter visto a imagem do ex-presidente Lula ao lado do senador Lobão Filho (PMDB) – ou pela influência do ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB) – mas, de qualquer forma, se deixou levar pelo emocional.
O PSDB não acrescenta nada ao palanque do comunista a não ser o tempo de TV. O vice indicado pela legenda, Carlos Brandão, não é e nunca foi o que se pode chamar de liderança política que agregue votos.
E as principais lideranças tucanas, como o prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira, e o ex-prefeito de São Luís, João Castelo, nem cogitam estar no palanque do comunista.
Portanto, não há nenhuma justificativa, ainda que prática, para a aliança tucano-comunista.
É claro que há alguns petistas sem-vergonha no Maranhão que pouco estão se importando com a presença do PSDB no palanque de Dino, mas nem estes têm agora argumento para defender o comunista no partido.
Ninguém no Maranhão nega que Flávio Dino tenha uma boa relação com membros de peso do PT no governo Dilma.
O bom trânsito poderia garantir-lhe, por exemplo, a presença destes petistas durante a campanha. E, no mínimo, a ausência de Lula e Dilma, que podem fazer uma diferença enorme no interior do estado.
Mas Dino preferiu trair o PT, a presidente Dilma e até mesmo o que defendia até domingo passado, quando participou de evento político com os petistas “desgarrados”.
E sua traição ideológica terá forte repercussão na campanha.
É aguardar e conferir…