O candidato do PCdoB ao Governo do Estado, Flávio Dino, não é um líder.
Ele não tem poder de convencimento, não lidera grupo e, à frente de um projeto meramente pessoal de chegar ao poder, reúne em torno de si apenas um aglomerado de outros políticos também interessados em seus próprios projetos pessoais.
É a falta de liderança de Dino que, vez por outra, revela o lençol curto com o qual ele cobre seu projeto eleitoral – ao cobrir de um lado, sempre deixa outro a descoberto.
Fosse líder, Flávio Dino teria convencido o PDT, sem traumas, a abrir mão da indicação da vice em nome do projeto maior – do grupo, não apenas dele.
Fosse líder, ele já teria mostrado a Roberto Rocha (PSB) a importância de abrir mão da candidatura ao Senado em nome deste projeto maior – do grupo, não apenas dele.
Mas apesar de demonstrar claramente a falta de liderança, o comunista tem um trunfo inigualável nesta eleição: a expectativa de poder.
Há um sentimento no senso comum e no inconsciente coletivo de que Flávio Dino vai vencer as eleições de outubro. E ninguém ousa se posicionar contra quem tem expectativa de poder.
Por isso é que os pedetistas assistem calados à perda da vice para a qual já haviam até indicado um nome. Por isso é que Roberto Rocha também prefere silenciar diante da movimentação do PSDB para abocanhar sua vaga de candidato ao Senado.
É essa sensação de expectativa de poder que leva Dino a receber “favores e gentilezas” de todos os setores da sociedade – empresarial, sindical, social e até judicial.
Ninguém quer se indispor com quem acha que vai ser governador a partir de janeiro.
Esta expectativa de poder gerada pelo comunista suplanta sua incapacidade de liderança.
E é esta expectativa que o grupo Sarney parece ter deixado de gerar.
Pelo menos até agora…