Nem os evangélicos, nem os movimentos LGBT saíram satisfeitos da polêmica criada com as idas e vindas da candidata do PSB a presidente, Marina Silva.
Insegura quanto ao que defende, a candidata elaborou um plano de governo que contemplava o casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas recuou, após pressão de lideranças evangélicas.
Depois, diante de críticas dos segmentos organizados da causa gay, voltou novamente atrás, o que passou uma imagem de insegurança quanto ao que realmente defende; e um oportunismo eleitoreiro.
O programa de governo do PSB defendia abertamente o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a criminalização da homofobia. Após ascensão de Marina, que é evangélica, lideranças das igrejas pressionaram e o texto foi alterado para “garantir os direitos oriundos da união civil entre pessoas do mesmo sexo”.
A alteração foi criticada pelo movimento LGBT e provocou nova fala de Marina Silva, tentando minimizar a questão e declarando-se favorável à manutenção do estado laico.
Críticas dos dois lados
A ausência de uma postura clara e definitiva no discurso da candidata do PSB acabou levando a críticas dos dois lados na questão da união civil homossexual.
Para o deputado federal Jean Willys (PSOL-RJ), classificou o programa de Marina de segregacionista.
– Já imaginaram um candidato presidencial dizendo que é contra o direito dos negros ao casamento civil, mas apoiaria uma ‘lei de união de negros’? A nova política da Marina é tão velha que lembra os argumentos dos racistas americanos de meados do século XX. O pior é que ela brincou com as esperanças de milhões de pessoas! E isso é cruel, Marina! – escreveu Willys, em seu perfil no Twitter.
O pastor Silas Malafaia, maior defensor da transformação do Estado em igreja evangélica, também não gostou do texto.
– O Programa de Governo de Marina pensa que o povo de Deus é idiota.Corrigiu palavras mas a essência é a mesma. Pior, cheio de subjetividades. Faz defesa vergonhosa da agenda gay, com dados mentirosos sobre assassinatos de homossexuais – ressaltou o pastor.
E é neste clima de controvérsia que Marina Silva começa a ser mostrada, de fato, para o Brasil…