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Uma carta do passado…

Fazendo uma pesquisa na internet para um trabalho que estou desenvolvendo, encontrei uma carta escrita por Plato de Corinto, um escravo grego forro, uma espécie de administrador ou secretário particular de Justus Domício Sílio, romano ilustre e nobre. O texto que acompanhava a carta dizia que a sua tradução, do latim para o inglês e depois para o português, foi feita no sentido de fazer com que o texto ficasse mais compreensível para as pessoas do século XX

 

HAHAHPor Joaquim Haickel

“Senhor, meu mestre, filho de Júpiter e benemérito das boas causas, pai dos pobres e defensor dos oprimidos…”

“… Flávius Cotro Disceno entendeu, faz muito tempo, que para vencer essa maldita guerra civil não importaria com quem se juntasse, tanto que se associou com a pior escória remanescente da oligarquia Jônia!

O comando dessa oligarquia jamais entendeu que não poderia ficar apático, inoperante, inapetente. Não entendeu que não se deve nem se pode sair de um jogo quando se está perdendo. Que até se pode, e em alguns casos até se deve sair do jogo, mas deve-se saber a melhor hora de fazer isso, de sair de cena. Existem saídas que são motivadas pelo tempo, pela idade, que precisam ser feitas e existem permanências que deveriam ser motivadas pelo bom senso, pela necessidade, pela lealdade, utilizando-se um sentimento de companheirismo e de sacrifício comuns apenas aos verdadeiros bravos.

Enquanto os Discenos não fazem restrições a quem se juntar, seu primo, Marco Ápio Jônio, primogênito de sua tia România, comandante supremo da oligarquia Jônia, passou os últimos anos alijando companheiros por meras e gratuitas antipatias, por um critério seletivo absurdo, motivado por seus cortesãos, o que os enfraqueceu como grupo. Além do que, cresceram tanto que chegaram a um ponto que dentro de seu campo havia mais adversários que fora dele. Nem Marte consegue juntá-los como um único exército”.

“No tempo de Romulo e Remo, a rivalidade interna dos clãs era incentivada para fortalecer ao senhor supremo. Ficou patente que essa atitude funciona por um tempo, mas depois se deteriora, tanto que “uns almofadinhas, queridinhos do poder”, comensais da mesa grande, pessoas que sempre foram mais protegidas que outras, que com suas atitudes acabaram por fazer com que alguns covardes debandassem para o adversário. Os Jônios chegaram a um ponto onde quase todos eles estavam cometendo algum tipo de erro”.

esparta

“É verdade que não há batalha que seja perdida antes de seu final. Ainda há nos corações e nas mentes de alguns comandantes Jônios o fogo da fé em uma boa batalha que os leve à esperada vitória.

Não há guerra que possa ser perdida por culpa de seus oficiais subalternos, eles só cumprem ordens. Quem as dá são os oficiais superiores, mas se estes não estão preparados para isso…

Os Jônios conseguiram enfim um guerreiro que se disponibilizou a sair de sua zona de conforto, que abandonou sua vila nas montanhas e sua toga de senador para enfrentar Flavius, adversário poderoso, que afia sua espada faz mais de oito anos, que possui bem junto a si um comando competente, que tem trabalhado a seu favor uma poderosa e sanguinária máquina de guerra, que arregimentou um exército de mercenários oriundos das fileiras do inimigo.

Enquanto isso, os Jônios não souberam ouvir os oráculos, não souberam interpretar as entranhas das aves. Cercaram-se, durante muito tempo, por uma cortina de lacaios que turvaram suas vistas e embaçaram sua percepção, que os embriagou com bajulações e loas.

Tudo que os Jônios têm hoje é esse guerreiro, Veritius Arria Latus, que luta em defesa desse imenso grupo, nem sempre coeso, graças às falhas de comando. Em outras circunstâncias esse guerreiro jamais teria condições de representar nosso povo, ele seria impedido pelas intrigas da corte e pelas preferências do poder.

O que me consola Mestre, é que no seio da corte adversária, as mesmas coisas já acontecem hoje, e conforme se desenvolverem os acontecimentos, as mães, história e filosofia, juntas, feliz ou infelizmente, irão operar suas ações, fazendo com que seus trajetos, como sempre, se repitam.

Com pesar constato que nós, sua casa, seu povo, estamos no meio dessa guerra, dessa tragédia, que certamente, com essas proporções, não é a primeira desse gênero e pelo visto não será a última”.

“Mestre, o povo sofre, principalmente porque, tal qual já aconteceu antes, vê que há pouca ou nenhuma diferença entre os contendores de agora.

Rogo aos Deuses, protetores dos bons e dos justos, que na Gália, meu senhor esteja tendo sucesso em sua jornada. Que meu senhor encontre seu destino com leveza, coisa que deve sempre acontecer a um filho dileto de Júpiter.”

Marco Aurélio D'Eça

6 Comments

  1. ESSAS FIGURAS QUE ILUSTRAM O ARTIGO ME FAZEM LEMBRAR DA FRASE DITA PELO REI LEÔNIDAS AO RECEBER O MENSAGEIRO DO REI PERSA “XERXES” QUE LHE TRAZ A PROPOSTA DE RENDIÇÃO. A FRASE DIZ:

    “THIS IS SPAAAARTA”

  2. esse joaquim esta fazendo analogia do texto com o seus grupos político e ele mesmo reconhece que o Edinho LOBão é incompetente ele só sabe receber ordem e grupo do flávio dino faz de tudo e mais um pouco para ter o governo e este governo vai acaba igualzinho do finado JACKSON LAGO ele mesmo vão se esfacela

  3. Putz Joaqui, Comparar Lobinho a Veritius Arria Latus é muita pretensão. Tá certo que o nobre Flavio Cotro Disceno está com a pior da escória e que o restante ainda tá do outro lado. Joaquim Haickel vc tem um grande talento para ficção, roteiro cinematográfico, mas para analista político viaja um pouco na maionese.

  4. Resumindo o imortal conta uma estória de Trancoso pra jogar a toalha. Quem sai por último apague a luz.

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