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Sobre pensão de ex-governadores…

É covardia usar Roseana Sarney como bode expiatório de uma situação usufruída até pelos líderes de seus detratores; a infâmia de discutir o benefício agora, mostra a pequenez do debate político no Maranhão

 

Editorial

Trata-se de uma infâmia a polêmica que setores da ainda oposição no Maranhão tentam criar em torno da pensão concedida à ex-governadora Roseana Sarney (PMDB).

Ela não criou o benefício, não se beneficiou sozinha dele, não está cometendo nenhuma usurpação e não incorre em qualquer ilegalidade.

Crucificá-la por uma questão que está na lei e que tantos tiveram a oportunidade de mudar e não o fizeram, é algo tão covarde quanto canalha. E alimentar isso, de forma pública ou nas sombras é digno de seres rastejantes.

E este blog trata do tema com a autoridade de quem já criticou a situação, não apenas para satisfazer egos políticos de ocasião.

Roseana Sarney terá direito à pensão de ex-governador como tiveram também todos os ex-governadores antes dela.

Até mesmo Jackson Lago (PDT), que teve o mandato cassado por crime eleitoral, se beneficiou do dispositivo constitucional – pensão hoje recebida pela sua viúva, Clay Lago, e concedida pela própria Roseana.

Dos ex-governadores beneficiados, apenas José Reinaldo Tavares (PSB) tentou acumular a pensão – de ex-governador, por ter assumido por seis meses o mandato que era de Roseana – com o salário de governador eleito em 2002.

É por causa de José Reinaldo a ação que tramita no Supremo Tribunal Federal, tentando acabar com o benefício.

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E assim como Roseana, tanto Jackson Lago, quanto José Reinaldo, ou João Castelo, João Alberto, José Sarney, Edison Lobão, Epitácio Cafeteira  e as viúvas dos ex-governadores já falecidos acumulam pensões de outros trabalhos prestados ao estado e ao país, como reza a Constituição.

Tavares, por exemplo, é deputado federal aposentado e também tem aposentadoria de ex-servidor federal.

Castelo, além da pensão de ex-governador, deve receber aposentadoria de deputado federal e de senador da República. Assim como Jackson Lago, e sua viúva, certamente não abriram mãos das aposentadorias de médico e de servidores federais.

E o futuro governador Flávio Dino (PCdoB) também receberá a pensão ao final do seu mandato – dure quatro ou oito anos. E certamente não abrirá mão de seus proventos como servidor da Ufma.

Se a discussão fosse para acabar com a pensão de ex-governadores – que já detém privilégios vitalícios após deixar o cargo, o debate seria salutar.

Mas tirar Roseana Sarney para bode expiatório de uma situação legal, constitucional e praticada até pelos aliados de seus detratores, repita-se, é uma covardia leviana.

Que deve ser rechaçada ao lixo dos discursos sem conteúdo.

Simples assim…

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